Até o momento, nenhum caso do novo coronavírus foi confirmado em Minas. Enquanto os casos prováveis de dengue no estado já somam 20.381 nos primeiros dois meses de 2020, com uma morte confirmada e 10 sob investigação. Em Pouso Alegre, segundo a prefeitura, são quatro casos confirmados de dengue e 19 em análise.

Em Pouso Alegre eram 200 focos de dengue em janeiro, em 86 bairros da cidade. Foto: Terra do Mandu

Para o médico infectologista Breno César Diniz Pontes, ouvido pela reportagem do Terra do Mandu, a situação entre o novo coronavírus e a dengue é distinta no Brasil. “A dengue está fora do controle, com mais de 1,5 milhão de casos por ano no país. Já o novo coronavírus está sob controle. Não temos nenhum caso confirmado em Minas”, afirma o especialista.

O infectologista explica que as duas doenças têm formas mais graves. “A dengue é preocupante porque ela pode ter formas graves. E o pico da doença ocorre de novembro a abril, mais ou menos. Então, estamos na época da dengue, que é o período de altas temperaturas e chuvas”, afirma Dr. Breno, que completa: “O novo coronavírus vai desde de um quadro de resfriado até uma gripe. Mas tem formas graves que, principalmente, nos idosos tem risco de mata-los”, conta o infectologista.

Ainda de acordo com o médico, as pessoas precisam manter os cuidados para evitar as duas doenças. No caso do novo coronavírus, o público de risco são as pessoas que estiveram em países onde o vírus está circulando e quem teve algum contato direto com esses viajantes após eles chegarem no Brasil.

Desde a semana passada (26/02) a população do Sul de Minas passou a ficar preocupada com o surgimento das notícias sobre suspeitas de pessoas infectadas com o novo coronavírus. Os primeiros três casos suspeitos na região são de uma mesma família de Varginha, que tinha acabado de chegar da Itália e apresentou os sintomas da doença. Esses pacientes estão numa área isolada do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre.

Ontem (03/03), no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde também surgiu um caso suspeito em Pouso Alegre. É um homem que mora na cidade a trabalho e que visitou o filho em Belo Horizonte, que estava com sintomas do coronavírus, após passar por países europeus. Os exames ainda estão em análise e os resultados devem sair ainda esta semana.

Em Minas Gerais, até o momento, das 64 notificações de casos suspeitos da Secretaria de Estado de Saúde como sendo da doença surgida na China, nenhum se confirmou no estado.

DADOS DA DENGUE

Já a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, a situação é mais complicada. Os dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que, em Minas, já são 20.381 casos prováveis nos dois primeiros meses desse ano. Uma pessoa morreu de complicações da dengue e outras 10 mortes permanecem em investigação.

Dengue em Pouso Alegre

De acordo com a secretaria municipal de Saúde de Pouso Alegres, nesse ano, foram 26 notificações de casos suspeitos de dengue, quatro deles deram positivos para a doença, três foram descartados e 19 continuam em análise. Ainda segundo a prefeitura, os quatro casos confirmados os pacientes foram picados pelo mosquito dentro do próprio município. No ano passado, foram 40 casos confirmados na cidade.

“É preciso reforçar as medidas preventivas para combater a dengue. Essas medidas são evitar água limpa e parada, eliminar o lixo e entulho descartados inadequadamente, fazer a cobertura dos reservatórios de água, limpeza das residências e lotes vagos para controle do mosquito transmissor” explica o médico infectologista Breno César Diniz Pontes.

Conforme a secretaria municipal de Saúde de Pouso Alegre, os focos do mosquito transmissor da dengue estão por vários bairros da cidade. No levantamento de janeiro eram 200 focos por 86 bairros.

Segundo a secretaria, muitos focos da doença estão sendo encontrados dentro das residências, em vasos de plantas, vasilhas de água de animais e até no reservatório de água que fica atrás da geladeira.

No bairro São Geraldo, no quintal de uma casa, foram encontrados dois focos de dengue. As larvas do mosquito estavam numa água acumulada no pneu de um carro e numa vasilha junto aos tijolos e telhas.

EM JANEIRO, NOSSA REPORTAGEM ACOMPANHOU VISITAS DE EQUIPES DE ZOONOZES A BAIRROS DE POUSO ALEGRE. VEJA O VÍDEO: