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Covid-19: Pouso Alegre ultrapassa os 5 mil casos e UTI está com 93% de ocupação

Magson Gomes / 16 janeiro 2021

Dos 28 internados em UTI no HCSL, 25 são pacientes de cidades vizinhas.

Comércio fechado em Pouso Alegre – Imagem – Terra do Mandu

Pouso Alegre ultrapassou a barreira dos cinco mil casos de Covid-19 em moradores da cidade. De acordo com o boletim epidemiológico da prefeitura, divulgado neste sábado (16), agora são 5.084 contaminados desde o início da pandemia. Um novo caso de morte em decorrência da doença também foi confirmado, passando para 83 vítimas fatais.

Outro dado preocupante apresentado pelo boletim é a ocupação dos leitos de UTI no Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Dos 30 leitos disponibilizados para o tratamento de Covid, 28 estão com pacientes, o que representa 93.33% do total. Dos 28 internados em UTI, 25 são pacientes vindos de cidades vizinhas, que tem Pouso Alegre como referência para o tratamento do novo coronavírus.

á a ocupação dos leitos de enfermaria está em 60%. O problema é que, se três pacientes que estão nos leitos clínicos tiveram agravamento do quadro e precisarem de UTI, um deles já ficaria sem opção.

Por estar à beira do colapso que ontem (15) o prefeito de Pouso Alegre assinou dois decretos, um fechando as atividades não essenciais na cidade e um segundo requisitando leitos de UTI aos hospitais particulares.

“Hoje nós chegamos ao ápice. Não temos mais como atender a demanda que chega ao nosso hospital. Estamos requisitando leitos de hospitais particulares para não deixar os pacientes em atendimento. Entretanto, isso não é suficiente. Já que a população não está tendo consciência do momento difícil que estamos passando. Não me resta outra alternativa ao não ser decretar o fechamento das atividades não essenciais da nossa cidade”, disse o prefeito em vídeo divulgado ontem (15).

Rafael Simões ainda sugeriu aos colegas prefeitos das cidades vizinhas a tomar uma atitude forte. “Do contrário, você não terá para onde mandar os pacientes contaminados”, alertou.

Simões ainda pediu desculpas aos comerciantes, mas garantiu que não tem o que fazer. “A medida é necessária e será por prazo indeterminado. Até que o povo se conscientize que nós precisamos respeitar um ao outro, usando máscara, álcool gel, o que não vem acontecendo, lamentavelmente.

Comerciantes protestam

Após o decreto, os comerciantes fizeram um protesto para pedir a reabertura de seus estabelecimentos. Eles se concentram na Praça Senador José Bento. Com camisetas e cartazes, afirmavam que a culpa para o aumento de casos não é do comércio. Em seguida, saíram em caminhada pelo Centro da Cidade.

O presidente da Associação do Comércio e Indústria de Pouso Alegre (Acipa) Ibrahim Kallas afirma que o apoio ao protesto dos comerciantes é no sentido de conciliação.

“Nós entendemos o problema seríssimo que a saúde passa. Eu, como médico, estou vendo isso de perto. Mas temos que encontrar soluções que possam atender a necessidade do comércio, que não pode parar. Estamos trabalhando ideias, elaborando um documento, propondo soluções para entregarmos para a prefeitura”, diz o presidente da Acipa.

Esse é o segundo decreto que fecha o comércio não essencial em Pouso Alegre. O primeiro foi no final de março, com a flexibilização tendo iniciado uma semana depois. Após sete meses de lojas abertas, seguindo regras sanitárias, os comerciantes alegam que o número de casos de Covid não estava aumentando.

“Existe fortes indícios dessa realidade. Durante o tempo que o comércio estava aberto, nós não tivemos um surto. Tanto é que o comércio está aberto tem alguns meses e o surto aconteceu agora. A contaminação se faz em 10 a 15 dias. Então, algo que aconteceu por aglomerações de outro sentido. Essa é nossa linha de pensamento e que vamos debater com o poder público”, finaliza.

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