Construção de condomínio é embargada; reunião discute solução para famílias desalojadas no Jd Brasil II

Magson Gomes / 22 agosto 2019

Obra de condomínio nos fundos da rua onde houve o desabamento de barranco foi embargada pelo município. Advogado da construtora nega irregularidades. Moradores de casas interditadas ainda não aceitaram proposta da prefeitura e permanecem nos imóveis por medo de terem objetos furtados.

Nesta quinta-feira (22), uma reunião foi realizada na prefeitura de Pouso Alegre para encontrar uma solução para as famílias que estão dentro das casas interditadas pela Defesa Civil na Rua Florentina Ribeiro da Silva, no bairro Jardim Brasil II, na região do São João. Nove famílias estão em seus imóveis, mesmo com risco de desabamento.

As residências foram interditadas na última terça-feira após o barranco dos fundos desabar. Partes de duas casas também desmoronaram com o barranco.

Apenas os moradores desses dois imóveis deixaram o local. As famílias que ainda estão nas casas alegam que não poderiam deixar seus objetos, como móveis e eletrodomésticos no local, porque poderiam ser furtados. Veja o que diz o morador de uma das casas no vídeo acima.

A prefeitura ofereceu às famílias para ficarem em um hotel. Mas os moradores tentam outra alternativa, como receber aluguel social e ir para uma casa onde poderiam levar seus pertences.

Obra embargada

A fiscalização de obras da prefeitura de Pouso Alegre embargou a construção que estava em andamento nos fundos da Rua Florentina Ribeiro da Silva, onde houve o desabamento. Na área, a construtora estava construindo 12 prédios residenciais.

De acordo com o gerente da fiscalização de Obras do município, Aliander Costa, explica que a obra foi embargada porque oferece riscos para os moradores e para os próprios trabalhadores da obra. Ainda de acordo com o gerente de fiscalização, “o embargo será retirado assim que a construtora tomar as providências, de forma urgente”. Assista no vídeo acima.

Projeto da construtora é erguer 12 prédios nessa área. Foto: Terra do Mandu

A construtora nega que o barranco tenha cedido por conta do serviço feito próximo ao local. O advogado da construtora, Fernando Fernandes, que participou da reunião na tarde desta quinta na prefeitura explica que a empresa conversa com a prefeitura e oferece ajuda social para atender as famílias que tiveram suas casas atingidas, mas que faz isso por solidariedade e não por assumir qualquer culpa no desabamento dos muros e partes das casas. De acordo com o advogado, os problemas nas casas da Rua Florentina foram causados antes da obra da construtora e seriam de responsabilidade da Caixa que financiou a construção do loteamento Jardim Brasil II. Assista à declaração no vídeo acima.

A Caixa enviou nota à redação do Terra do Mandu informando que engenheiros avaliam o problema no local.

Confira a nota na íntegra:

A CAIXA informa que o empreendimento Residencial Jardim Brasil II pertence ao Programa Minha Casa Minha Vida – Faixa 1, e foi entregue aos beneficiários em 11/06/2014, com obras executadas sob responsabilidade da construtora contratada. As obras do empreendimento foram recebidas pela Prefeitura que atestou sua conformidade por meio da emissão do habite-se em 23/05/2014.

A CAIXA esclarece que encaminhou uma equipe de engenharia para avaliar a situação do empreendimento.

A CAIXA ressalta que, por meio do programa De Olho na Qualid​ade, é possível registrar reclamações sobre ​as condições físicas do imóvel e exigir providências dos construtores. As reclamações recebidas são encaminhadas diretamente aos construtores, que devem emitir um laudo de contestação ou resolver o problema no menor tempo possível

 

 

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