Política

Vereadores rejeitam projeto de lei para igualar seus salários ao de professores

Magson Gomes / 14 outubro 2019

Proposta recebeu três votos a favor e 8 votos contra. Vereadores fazem duas reuniões por mês e recebem R$ 3.061,80, enquanto o salário base dos professores é de R$ 1.598,58 para 25 horas semanais. Moradores lotaram a Câmara e protestaram após resultado da votação.

Proposta da vereadora Marcela Monteiro (PV) precisava de seis votos para passar. Foto: Bia Rodrigues

A Câmara de vereadores de Borda da Mata, no Sul de Minas, rejeitou o projeto de lei que pretendia igualar o salário dos parlamentares ao salário dos professores da rede municipal. O placar da votação, realizada na última sexta-feira (11), foi de três votos a favor e oito contra.

A proposta da vereadora Marcela Mary dos Santos Monteiro (PV) é para reduzir o salário dos vereadores em 51% para equiparar os vencimentos ao que um professor do ensino fundamental recebe. Eram necessários 6 votos, dos 11 vereadores. Se tivesse passado, o salário dos vereadores da próxima legislatura 2021/2024 seria de R$ 1.500.

A autora do PL justifica que “enquanto um vereador trabalhar duas vezes por mês, um professor precisa cumprir carga horária semanal e ainda ganha valor inferior de um vereador. Porque um vereador pode ganhar mais que um professor? ”, questiona.

Os vereadores da cidade têm duas sessões ordinárias por mês. Cada reunião dura, em média, 30 minutos. O salário mensal de cada parlamentar é de R$ 3.061,80, bruto. Já um professor de ensino fundamental da cidade trabalha 25 horas semanais, ou seja, cerca de 100 horas por mês, e tem um salário base de R$ 1.598,58.

PRESSÃO POPULAR

Mesmo com a pressão da população o projeto não passou. A Câmara, que costuma ficar vazia em dia de sessão ordinária, ficou lotada na sexta-feira. Moradores levaram faixas e se manifestaram, pedindo a aprovação do projeto. Mas, não adiantou.

Até o presidente do Legislativo, Benedito Delfino de Mira (PSDB), que votaria apenas em caso de empate, fez questão de se manifestar contra a proposta de igualar os salários. Diferente do tom da usado para falar com nossa reportagem no mês passado, quando disse que seria a favor de que os vereadores fossem remunerados pelo dia de serviço trabalho. “Meu pai foi vereador 50 anos atrás. Naquela época, eles só recebiam o dia de serviço. Eu era a favor de que, cada reunião que fosse, poder ganhar R$ 100, que é o dia de serviço, e pronto”, disse.

Cerca de 100 pessoas acompanharam a sessão e protestaram após o resultado da votação. Foto: Bia Rodrigues

ECONOMIA SERIA DE MAIS DE R$ 200 MIL

Se fosse aprovada a redução do salário dos vereadores, a economia para os cofres do município será de mais de R$ 200 mil ao ano. “Seria uma economia muito grande. No tempo de crise, a gente tem que fazer a nossa parte também”, disse a autora da proposta, vereadora Marcela.


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