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Sobrinho e funcionário são condenados por latrocínio contra agricultor em Estiva

Marciano Joaquim foi morto no início de julho de 2021 no Pantano dos Rosas, com perfurações no corpo; penas são de 25 e 28 anos de reclusão

Iago Almeida / 08 março 2022

Foto: Arquivo Pessoal

A 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Pouso Alegre condenou dois homens pela morte do agricultor Marciano Joaquim da Silva, de 44 anos, em julho de 2021. O caso, considerado latrocínio, aconteceu no distrito de Pantano dos Rosas, na cidade de Estiva, no dia 5 de julho do ano passado, quando a vítima foi encontrada pelo pai na varanda da casa da família, com três perfurações de arma de fogo no corpo e um corte na cabeça.

“Desde o início os principais suspeitos eram o sobrinho da vítima e seu funcionário; no decorrer processual, foi realmente concluído que ambos eram culpados e eram os autores do delito. Hoje estão ambos condenados em primeira instância. Uma sentença justa; os familiares aguardavam ansiosamente por essa condenação, pois sabemos que não podemos trazer a vida mais do nosso ente querido, mas temos a sensação de que justiça foi feita, então isso traz um alívio para todos os familiares”, comentou a advogada assistente de acusação, Fabiana Estevam.

Danilo Henrique de Faria, 24 anos e sobrinho do agricultor, e Pedro Silva Araújo, 19 anos e na época funcionário da vítima, foram considerados culpados em 1ª instância. Ambos pegaram mais de 20 anos de pena, sendo 25 anos de reclusão e 520 dias-multa para Pedro e 28 anos de reclusão e 600 dias-multa para Danilo, considerado o mandante do crime. De acordo com o Código Penal, o “dia-multa” é o valor unitário a ser pago pelo réu a cada dia de multa determinado pelos magistrados; a quantia é recolhida ao Fundo Penitenciário Nacional.

O Juiz considerou que ambos os réus “demonstram não ser de boa índole”. Segundo a sentença, Danilo teria utilizado de interpretação errada das aulas do Curso de Direito, a qual ele é estudante, não conseguindo justificar a morte da vítima e as consequências para os familiares. A sentença ainda afirma que Danilo “matou e roubou para receber que lhe era devido pela venda de duas cabeças de gado”.

Investigações

As investigações mostraram que a dupla queriam roubar R$ 9.000 do agricultor. A vítima morava sozinho com o pai em uma propriedade que fica a cerca de dois quilômetros do povoado do distrito Pantano dos Rosas. No momento do crime, a vítima estava sozinha em casa. O pai, um senhor de 80 anos, foi quem encontrou o filho na varanda da casa e foi até a casa de uma irmã pedir ajuda.

O primeiro policial militar que chegou ao local para atender a ocorrência foi ouvido como testemunha e relatou que não havia indício de luta corporal. Outras testemunhas, que viram a movimentação dos autores e escutaram os tiros, também prestaram depoimento.

“A prova colhida e todos os indícios apontam os réus como autores, uma vez que um deles, no caso Danilo, acompanhado do outro, compareceu na residência da vítima, “para resolver um problema” relacionado com o recebimento do valor oriundo do gado que lhe pertencia e havia sido vendido pelo pai da vítima. Diante do desentendimento ocorrido, foi a vítima alvejada por um, com o auxílio do outro, ocorrendo a subtração do valor no local, que foi exibido em rede social pelo Pedro”, explicou a Justiça.

De acordo com a polícia, dois dos suspeitos haviam saído do Estado durante as investigações. Com isso, foi expedida a prisão preventiva dos mesmos. Danilo foi preso no dia 22 de julho de 2021 na cidade de Piracanjuba (GO). Já Pedro foi preso no dia 28 de julho de 2021 em Maurilândia do Tocantins (TO). O terceiro suspeito, de 34 anos, foi preso em Estiva no dia 20 de julho.



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