Peregrinos saíram da Capelinha dedicada à Nhá Chica em Inconfidentes e foram até a Basílica de Borda da Mata. Foto: José Valmei Bueno

A peregrinação entre a Capela dedicada à Beata Nhá Chica, no Bairro Romas, em Inconfidentes, e a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, em Borda da Mata, marcou a entronização da imagem de Nhá Chica no majestoso e histórico templo do Sul de Minas. A caminhada teve início com uma bênção aos peregrinos dada pelo vigário de Borda da Mata, Padre Samuel Araújo.

A caminhada de 15km ocorreu domingo (05/12), como parte das comemorações dos 16 anos de instalação da Basílica Menor de Nossa Senhora do Carmo.

Da singela capelinha dedicada à Nhá Chica até a imponente basílica de Nossa Senhora do Carmo, por entre colinas, arvoredos e riachos, os peregrinos abasteceram as forças por meio da natureza e do encontro com lugares sagrados. Sol e chuva acompanharam os devotos.

Após celebração na capelinha dedicada à Beata, fiéis partiram em peregrinação. Foto: José Valmei Bueno

No coração de cada um deles, o desejo de alcançar uma graça ou a simples vontade de agradecer. “Não tenho muito o que pedir. Vim para agradecer as lavouras, a saúde”, comentou o agricultor Sebastião Irineu, morador do Bairro Porantava, zona rural de Inconfidentes.

A peregrinação em homenagem à Beata e a cerimônia na Basílica são expressões do crescimento da devoção à Francisca de Paula de Jesus, filha de escrava, nascida em São João Del Rei, por volta de 1805.

O empresário João Bosco da Silva, de Pouso Alegre, participou da caminhada com a família. Segundo ele, os ensinamentos da Beata Nhá Chica e ensinam a enfrentar as dificuldades da vida. “Ela me ensina muito. Tudo que peço, ela me atende”, disse ele, enquanto caminhava ao lado do filho da nora.

Fiéis percorreram 15 km para levar a imagem até Basílica. Foto: José Valmei Bueno

Nhá Chica acolhia pobres e ricos

No Sul de Minas, Nhá Chica passou seus dias fazendo caridade. Chegou aos 87 anos de idade recebendo tanto as pessoas ricas do império, como os pobres da vizinhança. Sua casinha, na cidade de Baependi, estava sempre aberta para acolher todo mundo. O aconselhamento atraía as pessoas. Mas às sextas-feiras, Nhá Chica se recolhia em oração. Oração que até hoje toca o sentimento dos devotos. As virtudes daquela mulher morena encantam as pessoas até hoje, 126 anos depois da morte da Beata.

A cerimônia em Borda da Mata foi presidida pelo Reitor do Santuário da Imaculada Conceição de Nhá Chica, em Baependi, Padre Edson Pereira. “A vida de Nhá Chica mostra que Deus está próximo de nós. A santidade está ao alcance de cada um”, explicou o Reitor.

Missa de entronização da imagem de Nhá Chica na Basílica de Borda da Mata. Foto: José Valmei Bueno

Na Chegada à Basílica de Nossa Senhora do Carmo, os peregrinos foram recebidos pelo repicar dos sinos da igreja construída a partir de 1951. “Agora nossa Basílica abriga a imagem da primeira Beata de Minas Gerais”, disse o Pároco de Borda da Mata e Reitor da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Padre Adilson da Rocha.

A imagem da Beata Nhá Chica ficará permanentemente na Basílica de Borda da Mata para veneração dos fiéis. Com a entronização deste domingo, se somam mais de cem igrejas do Brasil onde as imagens da Beata do Sul de Minas estão expostas.

Imagem ficará permanente na igreja de Borda da Mata. Foto: José Valmei Bueno