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Gaeco prende em Heliodora e Pouso Alegre suspeitos por venda de produtos falsos na internet

Grupo movimentou cerca de R$ 2 milhões desde 2018 e cerca de R$ 50 mil por dia. Milhares de produtos e seis carros de luxo foram apreendidos.

Magson Gomes / 07 dezembro 2021
operação gaeco prende suspeitos de venda de produtos falsos na internet

Carros de luxo comprados pelos suspeitos com o dinheiro obtido nas vendas dos produtos falsificados. Imagem: reprodução PRF/Gaeco

Dois homens foram presos em Heliodora, no Sul de Minas, por venda de produtos falsificados pela internet. Os suspeitos movimentaram quase R$ 2 milhões nos últimos anos. Eles davam prejuízos às empresas donas de plataforma de vendas online e nos consumidores finais.

As prisões foram feitas durante uma operação realizada, nesta terça-feira (07/12), pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Estadual. A operação recebeu o nome de ‘Marketplace’ exatamente pelo tipo de crime praticado pelos investigados.

A investigação teve início após a PRF receber denúncia anônima sobre o crime, em maio deste ano. A informação foi repassada ao Gaeco, que passou a coordenar os levantamentos. Nesta terça foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão. (VEJA MAIS DETALHES E ENTREVISTAS NO MANDU NEWS DESTA TERÇA, ÀS 18H30 NO FACE E NO YOUTUBE DO TERRA DO MANDU).

Nos endereços, os policiais e promotores encontraram milhares de itens que eram vendidos pela internet. A quantidade de produto encheu cinco viaturas da polícia. Seis carros de luxo e mais de R$ 20 mil em dinheiro. Um dos homens investigados não foi localizado e o mandado de prisão continua em aberto.

As mercadorias estavam em casas e galpões de Heliodora. O homem que seria o gerente do negócio criminoso estaria morando em Pouso Alegre, cidade vizinha de Heliodora, mas não foi encontrado no endereço.

operação gaeco prende suspeitos de venda de produtos falsos na internet. Imagem: reprodução PRF

Pequena parte da mercadoria apreendida em casas e galpões de Heliodora. Foto: PRF/Gaeco

Crime em família

De acordo com as investigações, dois irmãos comandavam o negócio. Eles seriam auxiliados por parentes e pessoas próximas. O promotor do Gaeco, Eduardo de Paula Machado, explica que o grupo criminoso pegava os dados pessoas dessas pessoas para aberturas de contas nas plataformas de marketplace e para abertura de contas bancárias.

“Então, através da internet eram feitas as vendas online, o dinheiro entrava na conta dessas terceiras pessoas e retornava às pessoas investigadas, que convertia o dinheiro em automóveis de luxo, por exemplo, diz o promotor.

Ainda segundo o promotor, as empresas de marketplace também sofriam prejuízos. Quando o consumidor recebia a mercadoria em casa e reclamava que era falsa, a empresa dona da plataforma devolvia o dinheiro para o comprador, mas não encontrava mais o vendedor da mercadoria, que já tinha fechado a conta na plataforma. “Isso quando o comprador nem reclamava ou nem notava se tratar de produto falsificado”, conta.

A investigação apontou também que os suspeitos compravam os produtos falsificados e mandavam confeccionar caixas e embalagem para simular marcas originais e enviar ar mercadorias para os consumidores, anunciando como originais.

Entre os milhares de itens anunciados e apreendidos estão fones de ouvido, relógios, joysticks, carregadores de telefones celulares. Esses produtos eram anunciados com preços ligeiramente inferiores aos dos produtos autênticos. Somente após a entrega é que os consumidores percebiam tratar-se de coisa falsificada.

R$ 50 mil movimentados por dia

Além de lesarem os consumidores, foi apurado que os investigados também violavam a propriedade intelectual dos detentores das patentes e praticavam fraude fiscal, notadamente com a abertura de dezenas de empresas e de contas bancárias para pulverizar as atividades comerciais ilícitas do grupo.

Os indícios, até o momento colhidos, indicam um faturamento mensal de cerca de R$ 50 mil, gerando ganhos financeiros estimados em R$ 1,8 milhão desde o final de 2018.

Na operação desta terça, participaram das diligências seis promotores de Justiça, quatro servidores do MPMG, mais de 20 policiais militares e rodoviários federais, além de dois auditores da Receita Estadual.



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