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Caso Marilda: advogado da família acredita na possibilidade de suicídio

Após ter acesso ao inquérito policial nesta quinta-feira, advogado afirmou que não acredita que a psicóloga tenha sido vítima de homicídio.

Gabriella Starneck / 24 setembro 2021

O advogado da família da psicóloga Marilda Matias, que foi encontrada morta dentro do porta-malas do próprio carro em Pouso Alegre, diz não acreditar que ela tenha sido vítima de homicídio. Após ter acesso ao inquérito policial na quinta-feira (23), Fábio Costa afirmou que a suspeita é que a psicóloga tenha tirado a própria vida.

O corpo de Marilda foi encontrado pelo marido no porta-malas do carro da vítima, que estava estacionado na garagem da casa deles. De acordo com a Polícia Civil, a psicóloga estava como os pés e as mãos amarradas. Porém, o inquérito aponta que a vítima pode ter se amarrado sozinha.

“No laudo preliminar consta algumas escoriações no braço e no tornozelo, mas isso é em virtude das amarras. Nada muito complexo, que ela mesmo não pudesse ter feito sozinha. Mas o corpo não tinha sinais de violência. Não tem nada que indica que esse corpo tenha sido manipulado”, afirma o advogado da família.

Ainda segundo Fábio Costa, o inquérito traz documentações de internações anteriores da Marilda, o que revela que ela tinha um histórico depressivo. “São documentações que foram juntadas, que o marido deve fornecido para a polícia, pra comprovar todo esse histórico depressivo que ela tinha”, afirma Fábio Costa.

Um dos suspeitos pela morte de Marilda era o marido da vítima. Porém, de acordo com a Polícia Civil, tudo o que ele disse no depoimento foi checado e confirmado. Além disso, segundo o advogado da família, no inquérito não há indícios de que Marilda tenha sido agredida, e por isso não há evidências que ela tenha sido vítima de homicídio.

“É normal em crimes dessa natureza a suspeita recair sobre marido. Mas o depoimento dele [marido] é bem extenso, bem detalhado. Ele disse onde estava, nos horários em que estava. Isso tudo, posteriormente, foi confirmado pela polícia. Ele foi atrás, em um hotel, de umas câmaras, tudo isso para colaborar. Então, pela experiência que nós temos, quem comete esse tipo de crime não vai ser tão solicito assim, como foi”, explica Fábio Costa.

Nessa semana, o caso completou um mês, e segue sem repostas. A causa da morte ainda é desconhecida. A Polícia Civil informou que aguarda o resultado de exames toxicológicos, feitos no IML em Belo Horizonte. Contudo, ainda não há previsão de quando o resultado ficará pronto.

Relembre o caso

Psicóloga é encontrada morta dentro de porta-malas de carro em Pouso Alegre – Foto Terra do Mandu

A psicóloga Marilda Matias Ferreira dos Santos, de 37 anos, foi encontrada morta dentro do porta-malas do próprio carro no dia 22 de agosto, em Pouso Alegre. O veículo estava estacionado na garagem da casa  Quem encontrou o corpo e chamou a polícia foi o marido da vítima, um médico veterinário de 62 anos.

De acordo com a Polícia Civil, Marilda estava como os pés e as mãos amarradas, com roupa e capacete de ciclismo, e sem sinais de violência. Na casa onde ela morava também não havia indícios de arrombamento.

O corpo da psicóloga foi enterrado em Bauru (SP), cidade natal da vítima e onde mora a família.

Depoimento do marido

Em depoimento prestado à polícia, o marido da vítima disse que estava trabalhando no dia 21 de agosto, em uma fazenda em Careaçu, quando recebeu uma mensagem da esposa dizendo que iria pegar uma bike speed emprestada com um amigo para pedalar até Borda da Mata.

Mais tarde, quando chegou em casa, ele não encontrou a esposa e achou que ela ainda não teria chegado do passeio. Pouco tempo depois, como a esposa não apareceu, ele começou a procurá-la em hospitais e delegacia, mas não teve notícias.

O homem ainda relatou que ficou a noite preocupado, já que os pertences da vítima estavam em casa, como celular, bolsa e outros objetos. Na manhã do dia seguinte, o marido resolveu abrir o carro da esposa, que estava na garagem de casa, e encontrou Marilda sem vida no porta-malas.

No dia 29 de agosto, o delegado regional, Renato Gavião afirmou que nenhuma hipótese foi descartada. “A vítima foi localizada sem nenhum sinal de violência, nenhum sinal de arranhão, nenhum sinal de injeção ou qualquer coisa do tipo. Então, hoje a Polícia Civil trabalha com todas as hipóteses. Não podemos falar em crime de homicídio, não podemos falar em suicídio até a conclusão da investigação,” disse o delegado.

A Polícia Civil informou que o inquérito ainda não foi concluído.

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