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Nível de contágio da Covid no Sul de Minas é 67% maior do que no estado

Macrorregião apresenta estabilidade de novos casos e internações, mas tendência de crescimento no número de novos óbitos.

Gabriella Starneck / 24 junho 2021

Estudo da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), que monitora os indicadores da pandemia da Covid-19 em Minas Gerais, aponta que o Sul de Minas apresenta estabilidade de novos casos e internações, mas tendência de crescimento no número de novos óbitos.

Porém, embora a incidência na macrorregião se mantenha estável pela terceira semana consecutiva, ainda se encontra em um patamar elevado. A média móvel diária de casos na semana é de 1.686. O atual nível de contágio no Sul de Minas é 67% maior do que o observado no estado de Minas Gerais, aponta o estudo.

Segundo o professor de epidemiologia e coordenador do levantamento da Unifal, Sinezio Inácio da Silva Júnior, alguns fatores podem justificar a alta de casos na macrorregião: circulação predominante da variante gama (P1); baixo nível de distanciamento social e proximidade com o estado de São Paulo.

“Esses fatores conjugados e a dificuldade que temos tido em fazer com que nós todos – individualmente e coletivamente – adotemos medidas de prevenção, somado a vacinação lenta, ajudou a criar essa situação em que estamos agora, a região em que o contágio é mais preocupante”, explica o professor de epidemiologia.

Ainda conforme o estudo, a alta incidência da Covid-19 no Sul de Minas tem contribuído para manter a média diária de novas internações acima de 100 e de mortes acima de 30. Além disso, o feriado de Corpus Christi pode estar associado aos mais de 2000 casos diários registrados nos 15, 16 e 17 de junho, e o efeito do Dia dos Namorados ainda pode aparecer nos registros a partir desta quinta-feira (24).

Crescimento de novos óbitos

Neste momento, a pior situação no Sul de Minas é a de novos óbitos. Em 21 de junho todas as regionais de saúde apresentaram tendência de crescimento de mortes: SRS Alfenas (41%), SRS Passos (24%), SRS Pouso Alegre (73%) e SRS Varginha (48%).

Ainda conforme o estudo, como as internações atualmente tendem a ser de pessoas mais jovens – que têm uma permanência hospitalar mais prolongada -, os óbitos registrados podem refletir os casos registrados há mais de um mês. “Isso torna mais preocupante ainda a estratégia de flexibilizar medidas em função de diminuição na ocupação de leitos e reforça a necessidade de se priorizar a diminuição de novos casos como parâmetro orientador. Especialmente se deve buscar a diminuição da tendência de novos casos por pelo menos duas semanas seguidas” diz o estado.

Para isso, segundo Sinezio Inácio, é necessário que as pessoas sigam os protocolos de prevenção a Covid-19 e  que as prefeituras adotem medidas integradas, já que os municípios no Sul de Minas são muito próximos: “A região tem que agir coletivamente, afirma. “Nós temos que continuar com as medidas de prevenção e a vacinação acelerar o máximo possível, para que a gente despenque esse ritmo de novos casos”, destaca o professor.

Veja a entrevista na integra 


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