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Prefeito explica que faltam profissionais de saúde para abertura de novos leitos de UTI

Magson Gomes / 03 março 2021

Segundo diretor do HCSL, são necessários 10 profissionais de saúde para cada paciente internado. Ocupação de leitos de UTI e clínicos está acima de 90% em Pouso Alegre

O prefeito de Pouso Alegre, Rafael Simões (DEM), foi até o Hospital das Clínicas Samuel Libânio, referência no tratamento dos casos de Covid-19, para encontrar com o diretor técnido do hospital, Alexandre Hueb, sobre as dificuldades de abertura de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

No boletim epidemiológico da prefeitura, divulgado nesta semana, a taxa de ocupação dos leitos de UTI e dos leitos clínicos ultrapassou a margem de 90%, consideração situação crítica. Conforme o boletim divulgado nesta quarta, a ocupação de UTI está em 93%, com 30, dos 32 leitos com pacientes internados. E os leitos clínicos estão com 95% de ocupação, com 57 das 60 vagas disponibilizadas para o tratamento de pessoas com coronavírus preenchidas.

O prefeito afirmou a abertura de novos leitos não é feita por falta de dinheiro. O problema é a dificuldade em encontrar profissionais da área da saúde para trabalhar no atendimento aos pacientes com Covid.

“Para abrir um leito de UTI não basta ter uma cama, ter respiradores, como ter outros equipamentos. O que falta pra nós, em Pouso Alegre, e para todas as cidades do Brasil, chama-se profissional qualificado para trabalhar nas UTIs. Nós não temos mais onde buscar profissionais para por aqui e gerar novos leitos”, afirma o prefeito Rafael Simões.

O médico diretor técnico do HCSL, Alexandre Hueb, afirma que são necessários 10 profissionais de saúde para cada paciente internado. O hospital tem estrutura física, mas não encontra esses profissionais disponíveis para o trabalho.

“Não estamos falando de um médico ou um enfermeiro. É uma equipe multiprofissional, com 10 profissionais para cada paciente internado. Nesse momento, o cuidado com paciente crítico envolve uma série de colaboradores, médicos, enfermagem, fisioterapia, farmácia. E nesse momento, temos que atender tantos aqueles pacientes com Covid e os não Covid. E demanda-se uma experiência desse profissional para cuidar do paciente crítico”, destaca o diretor

O médico fala que a taxa de recuperação dos pacientes contaminados com a Covid atendidos no HCSL é boa. Mas, nesse momento, alerta o diretor, a situação é crítica e estão atendendo no limite.

“Estamos em um momento delicado. Houve um aumento no número de internados, não apenas no nosso município e região, mas no país.  Nós vamos continuar oferecendo o melhor. Mas, trabalhamos no limite porque a quantidade de pessoas que se apresentam contaminadas, numa situação crítica, que precisam de suporte de doente altamente grave, não para de chegar. Precisamos conscientizar as pessoas e tomar as medidas necessárias para que essa segunda onda ou esse surto possa passar e nós continuamos oferecendo o melhor à população”,

Diante desse quadro de contágio, o prefeito Rafael Simões também pediu que a população seja consciente que o momento é de todos se cuidarem.

“O município de Pouso Alegre, através da secretaria de Saúde, está fazendo tudo que está ao seu alcance. Mas agora nós precisamos é da conscientização de toda população da região, até porque, o nosso hospital é de referência e atende inúmeros municípios”.

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