Motoristas de transporte por aplicativos fazem protesto em Pouso Alegre
Magson Gomes / 24 fevereiro 2021
Magson Gomes / 24 fevereiro 2021
Trabalhadores reclamam que com a alta do combustível fica inviável trabalhar com a taxa mínima dos apps, principalmente nas categorias promocionais. VEJA A MATÉRIA EM VÍDEO ABAIXO
Nesta quarta-feira (24), motoristas de transporte por aplicativo fizeram uma manifestação pelas ruas de Pouso Alegre, Sul de Minas. Eles querem ser melhor remunerados. A taxa mínima de corridas pagas por dois dos aplicativos mais conhecidos não cobram os custos de combustíveis e manutenção de veículo.
Dezenas de motoristas de transporte por aplicativa se concentraram no pátio da rodoviária de Pouso Alegre para sair em protesto pela cidade. O motorista Cristiano Custódio afirma que com a alta nos combustíveis, não dá para trabalhar com a taxa mínima colocada pelos aplicativos.
“Na verdade a gente está brigando por causa do custo elevado do combustível, que aumentou oitenta centavos em uma semana. Pra gente que trabalha todos os dias com corridas básicas de R$ 5,50, é inviável pagar praticamente R$ 4 em um litro de etanol pra poder trabalhar. E a gente também está querendo fora da nossa cidade o 99 Poupa e o Uber Promo, porque é uma taxa que não paga nem o custo do combustível. Muitas vezes a gente sai no prejuízo nessas corridas”, afirma o motorista de aplicativo Cristiano Custódia.
Conforme Cristiano, essas categorias foram criadas para brigar pelo menor preço da corrida com outros aplicativos em São Paulo. Com a gasolina em torno de R$ 5,50 em Pouso Alegre, esse tipo de corrida não sustenta os motoristas.
O pedido para desativar as opções das categorias promocionais de corrida por aplicativo não mudaria o valor que é pago pelos passageiros, como explica a motorista Luciane Vesana: “Pro passageiro não muda nada, ele vai pagar o mesmo valor. Agora pra nós muda. Porque a tarifa que vai tirar do Poupa é maior do que do Pop”.
Luciane trabalha há um ano e meio como motorista de aplicativo por uma questão de escolha e também pela dificuldade de conseguir outros empregos. “Mas essa questão de aumento de valor de combustível, e a 99 e Uber pegando uma taxa maior da gente, fica difícil trabalhar assim”, afirma a motorista.
Claudinei Silva trabalha há dois anos com aplicativo. Nesse período, ele viu o valor do litro do combustível subir mais de R$ 2. “As pessoas, às vezes, não fazem as contas do que realmente gasta, e vai só rodando. No fim das contas, quando for contabilizar, vai dar problema pra fazer a manutenção do veículo, manter o carro, quem aluga o carro, entre outros gastos”, afirma Claudinei.
O motorista ainda afirma que o valor das corridas não teve o mesmo reajuste que o combustível ao longo desses dois anos: “[As corridas] ao invés de subir estão cada vez mais baratas, então está ficando inviável às vezes trabalhar com o aplicativo por conta disso”, afirma.
Claudinei Silva também fala sobre outros agravantes, como os passageiros que ao invés de acionarem o aplicativo acionam motoristas de outras formas. “O clandestino é o pessoal que vai de ponto em ponto pegando passageiros, como a gente tem ali na avenida Av. Duque de Caxias, do Mercadão Municipal. A gente entrou em contato com a prefeitura. A prefeitura, por sua vez, disse que vai resolver alguma coisa, mas não resolveu”, afirma o motorista.
Sobre a reclamação da existência do transporte clandestino na cidade, a reportagem do Terra do Mandu entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura de Pouso Alegre. De acordo com a assessoria, as fiscalizações continuam acontecendo e as pessoas flagradas fazendo esse tipo de serviço estão sendo autuadas.
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