Pela primeira no país é lançado o Projeto de Inovação na Construção Civil, que vai premiar ações que unam o setor à tecnologia. A ação é do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção Civil do Sul de Minas (Sinduscon Sul) e Instituto Nacional de Telecomunicações.

O intuito é desenvolver produtos e serviços que tragam inovação, sustentabilidade e eficiência para o setor. O projeto lançado em Santa Rita do Sapucaí, abriu na última sexta-feira (16) o 1º Prêmio da Inovação da Construção Civil. Estudantes de faculdades e universidades podem inscrever ideias que tragam soluções para o setor da construção.

A vice-presidente do Sinduscon Sul, Vanessa de Oliveira, explica que o projeto quer “unir dois mundos que hoje estão separados no país, a tecnologia e a construção civil. A ideia de unir com o Inatel que é uma referência em desenvolvimento tecnológico é a gente pular esse gap que temos tecnológico e promover um salto. A gente sair de uma indústria muito atrasada para uma indústria que possa inovar”.

O crescimento da construção civil nos últimos anos é acompanhado pela Fiemg, destaca Rodrigo Costa, presidente da Regional Sul. “Devemos trazer a tecnologia para o setor. O desafio é que o setor ainda é protegido por certas áreas que limitam trazer inovação com medo de perder mercado. A nova geração terá que introduzir a tecnologia com sustentabilidade e ampliar a produtividade nas obras.”

Por esse motivo nasceu a premiação voltada para estudantes de faculdades e universidades de todo o país. A inscrição pode ser feita até 4 de agosto pelo site do sindusconsul.com.br. A escolha dos 10 finalistas será em 18 de agosto. Os três primeiros colocados recebem premiação de R$ 1 mil a R$ 5 mil e o objetivo é ajudar as propostas vencedoras a entrarem no mercado.

As necessidades da construção civil no Brasil e como a tecnologia pode solucionar esses problemas, foram debatidos no evento. Entre os palestrantes estavam o diretor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MG), Marcos Gervásio e o presidente da Câmara Brasileira das Indústrias da Construção Civil (CBIC), José Carlos Martins.

Martins destaca que a iniciativa é inédita no país. “As soluções podem reduzir riscos e custos, aumentar produtividade e sustentabilidade. A tecnologia pode ajudar a industrializar o processo e fazer a gestão do nosso processo construtivo. Ela pode oferecer funções embarcadas e sensores em casas, apartamentos, assim como há em carros. São duas áreas distintas, a que entrego para o cliente e a aquilo que ele não vê.”

A parceria entre Sinduscon-Sul e Inatel, se deve ao Inatel ser um polo de tecnologia reconhecido mundialmente e ter capacidade técnica para viabilizar o projeto. O prêmio vai apontar “propostas que podem virar soluções no mercado e ajudar a construção civil”, diz Vanessa.

Incentivar a criação de projetos inovadores. É assim que o Inatel abriu o prêmio para alunos de todo o Brasil. O diretor do Inatel, Carlos Nazareth fala que computação, telecomunicações, Inteligência Artificial (IA) e realidade virtual podem transformar canteiros de obras em ‘digitais’.

“A transformação digital do mercado de construção civil pode trazer segurança para operários, mapeamento de todos equipamentos usados dentro do canteiro de obras e com isso, ganho de produtividade e economia para o setor. Com Internet das Coisas e IA vão aparecer soluções de interesse de empresas ou até mesmo, inspirar novas empresas para esse setor.”

Vanessa acrescenta que esse é o objetivo, “é virar produto, solução”. Para o presidente regional da Fiemg a parceria pode ir além e fazer o Vale da Eletrônica se tornar o Vale da Construção Civil. “É a semente que plantamos aqui e esperamos que tenha um futuro brilhante.”