Duas em cada dez mulheres já foram ameaçadas de morte pelo parceiro/namorado ou ex, de acordo com pesquisa do Instituto Patrícia Galvão. E o número de feminicídios cresce a cada ano. Entre janeiro e agosto de 2024, Minas Gerais registrou 103 feminicídios, segundo dados da Polícia Civil de Minas Gerais.
No Sul de Minas já são 19 feminicídios neste ano. Esta segunda-feira, 25 de novembro, é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Uma data para chamar atenção para as diversas violências sofridas pelas mulheres.
O jornalista Iago Almeida foi até a Delegacia de Polícia Civil de Pouso Alegre, conversar com a Delegada Renata Brizzi, titular da Delegacia Especializada de Atendimento às Mulheres, em Pouso Alegre. Confira a reportagem acima!
Feminicídios na região em novembro
Enquanto não há feminicídios em Pouso Alegre, em cidades da região mulheres continuam sendo mortas pelos companheiros ou seus ex-maridos. Recentemente, em novembro, três casos foram registrados na região e que chocaram a população.
No dia 16 de novembro, Suelen Manha de Carvalho, de 34 anos, foi assassinada a pauladas em casa na zona rural de São Sebastião da Bela Vista. O marido dela confessou o crime. E ele já tinha cometido violência doméstica em 18 de julho.
Um dia depois, dia 17 de novembro, Fabiane Silva Paiva, de 41 anos e a filha dela, Rhaaby Miray da Silva Santos, de apenas 2 anos, foram mortas em Itapeva. O marido dela, pai da criança, foi preso após confessar o crime.
Neste fim de semana, uma mulher foi morta pelo marido em Poços de Caldas, que tirou a própria vida ao pular de um prédio depois do feminicídio. Lilian Marzulo tinha 44 anos e já tinha sido esfaqueada em outro momento, pelo mesmo homem, com quem retomou relacionamento após ele cumprir pena.
Homens tentam culpar mulheres
Em Tocos do Moji, um caso de tentativa de feminicídio também gerou discussão. Isso porque um homem, após esfaquear por nove vezes a mulher na frente da filha dela, fugiu e gravou um vídeo colocando a culpa do crime na vítima. Ele citou que ela o traía e por isso ele a esfaqueou. A mulher não morreu.
Para a delegada, há uma grande importância, nestes casos, de se olhar também para o agressor, pois o machismo é uma doença. A dependência econômica do agressor é apontada como o principal motivo para as mulheres que sofrem constantes agressões do marido/parceiro ou namorado não conseguirem sair da relação violenta. Muitas também presam pela crença de que o homem vai se arrepender e vai mudar.
Como procurar ajuda?
Vítimas e testemunhas de violência doméstica podem procurar ajuda, principalmente ao acionar a polícia. O contato da Polícia Militar é o 190 e do Disque Denúncia é o 181, e a denúncia pode ser feita de forma anônima.
Mulheres também podem procurar ajuda em qualquer delegacia, mesmo que não estejam em suas cidades, seus estados. Em Pouso Alegre, por exemplo, várias mulheres procuram ajuda quando percebem que estão longe do agressor, nem que seja por poucos dias.