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Pouso Alegre teve apenas um preso por boca de urna no domingo de eleições

Foto: Iago Almeida – Terra do Mandu

O domingo de eleições foi tranquilo em Pouso Alegre, no Sul de Minas, segundo a Polícia Militar, que registrou apenas uma prisão na cidade. Uma pessoa foi detida no bairro São João e conduzida para a delegacia, por boca de urna, ou seja, propaganda irregular.

A boca de urna, um crime eleitoral. A lei impede a propaganda eleitoral no dia da votação, pois é considerada um meio de beneficiar candidatos e partidos, já que a intenção é tentar persuadir os indecisos.

Coronel Célio César dos Santos Aparecido, comandante da 17ª Região de Polícia Militar, que compreende 72 municípios, informou que foram um total de 21 ocorrências, com 12 presos, na região.

“Tanto em Pouso Alegre, quanto em um desses 72 municípios sob a nossa responsabilidade, nós não tivemos nenhum caso grave. As ocorrências são aquelas rotineiras, principalmente captação ilícita de eleitor, famoso boca de urna, e transporte irregular de passageiro, que também é uma prática proibida pelo código eleitoral”, explicou o comandante.

Os dados compreendem os registros até às 20h deste domingo (6/10); é válido lembrar que a PM atuou durante toda a noite, após os resultados, para manter a ordem nos municípios durante as comemorações.

Santinhos sujam ruas

A prática de espalhar santinhos e outros materiais impressos pelas ruas na véspera e no dia da votação também é um crime eleitoral. Em Pouso Alegre, ruas e avenidas ficaram tomadas pelos santinhos, de diversos candidatos e partidos, que sujaram a frente de grande parte dos locais de votação.

A via onde havia mais sujeira era a Rua Bueno Brandão, na esquina com a Rua Monsenhor José Paulino, onde estão localizados três locais de votação em Pouso Alegre no mesmo quarteirão: Colégio São José, Colégio Estadual e Escola Profissional Delfim Moreira. Somando, são 9.107 eleitores nos três locais.

Foto: Iago Almeida – Terra do Mandu

No bairro Fátima também havia muitos santinhos nas ruas / Foto: Iago Almeida – Terra do Mandu

Lá as garis tiveram trabalho para limpar a sujeira, com ajuda da Secretaria de Obras do município, que conseguiu sopradores para ajudar na limpeza logo pela manhã.

Foto: Iago Almeida – Terra do Mandu

Foto: Iago Almeida – Terra do Mandu

O comandante Coronel Célio César dos Santos explicou que a PM tentou identificar os autores que jogaram santinhos, mas não conseguiram efetuar prisões.

“Por mais que nós tenhamos tentado coibir a panfletagem proibida, especialmente na noite de ontem (sábado), é muito difícil, considerando que a nossa atuação ostensiva, ela prejudica essa repressão imediata. Já que a nossa viatura é feita de longe, as pessoas desfazem desse material. Nós tivemos várias abordagens, porém nós não logramos êxito na prisão”, explicou a PMMG.

Foto: Iago Almeida – Terra do Mandu

O “derramamento” ou “derrame” de santinhos é uma prática usada nos momentos próximos ao pleito, em locais de votação e em ruas próximas. Acontece, por exemplo, na véspera do pleito, na madrugada do dia de eleições. Isso é crime!

Quem estava trabalhando na limpeza das ruas sujas com santinhos em Pouso Alegre, eram as garis. Em entrevista ao Terra do Mandu, elas citaram que a situação era crítica e chamaram atenção dos candidatos e eleitores, especialmente de quem espalhou os santinhos nas ruas.

“A gente está é perdendo tempo, porque é tanto papel, que a gente não sabe onde catar. É muito desnecessário esses papel, porque gasta tanto com papel, pra nada, só pra deixar a cidade suja. Entregar um papelzinho em cada casa já é o suficiente, o que sobrar, devolve pro candidato. Perca de tempo isso aí”, citou Michaelen Jéssica, que trabalha há um mês como gari.

“O povo quer voto, mas não quer voto limpo. Aí o prefeito quer a cidade limpa, como que mantenha a cidade limpa no tempo da eleição. Esperamos que na próxima eleição seja mais limpa e mais higiênica a cidade”, disse Rosana Borges, que estava nas ruas desde às 7h de domingo.

Rosana Borges e Michaelen Jéssica / Fotos: Iago Almeida – Terra do Mandu