Região

Possível infecção da febre amarela está sendo investigada em Monte Sião

Homem, morador de Águas de Lindóia/SP, trabalhou por um período em Monte Sião e morreu por febre amarela; Prefeitura emite nota

Iago Almeida / 30 abril 2024

Foto: Prefeitura de Monte Sião – Reprodução

A Prefeitura de Monte Sião intensificou a campanha de vacinação contra a Febre Amarela no município, após uma morte pela doença ser constatada em um homem que trabalhou na cidade por um “curto período”, segundo a administração municipal.

Este homem, que tem 50 anos, era morador do bairro Jaboticabal, em Águas de Lindóia, em São Paulo. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do município paulista, os primeiros sintomas apareceram no dia 23 de março e ele morreu no dia 29 do mesmo mês, no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), onde permaneceu internado.

Posteriormente, a suspeita de febre amarela foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz no dia 13 de abril. O Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde de MG, junto da Diretoria de Saúde e a Vigilância em Saúde do município, estão investigando o caso.

Em nota, a prefeitura de Monte Sião disse que é “extremamente prematuro dizer que o município seria o local do contágio. Mas, por dúvidas Monte Sião também entrou como cidade suspeita”.

A cidade do Sul de Minas tem cerca de 24 mil habitantes e não possui histórico de registro de febre amarela, segundo a prefeitura. “Mas, por garantia, todos os trabalhos de coletas de materiais e análises estão sendo realizadas pela Regional de Saúde do Estado de Minas Gerais”, explicou.

Karina Souza, coordenadora da atenção primária de Monte Sião, cita que todas as salas de vacinação do município estão aplicando a vacina contra a febre amarela e que também está sendo realizado rastreio casa a casa, para busca dos não vacinados.

Vacinação

A vacina está disponível diariamente nas salas de vacinação do município. Os bebês e crianças recebem doses aos 9 meses e, posteriormente, 4 anos o reforço. Para os adultos não vacinados, é necessária apenas uma dose.

Secretaria de SP faz alerta

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SES) fez um alerta para a população, do risco de contaminação por Febre Amarela após o estado registrar o primeiro óbito confirmado por Febre Amarela de 2024.

“A secretaria intensificou as ações de vigilância em saúde e vacinação na região de Águas de Lindóia, reforçando a importância da vacinação e conscientização sobre a imunização de rotina, não apenas em momento epidêmico ou pandêmico para evitar casos mais graves. A vacina contra Febre Amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde do estado”, disse a secretaria.

Até o último dia 22 de abril, em todo o território estadual, a cobertura vacinal contra Febre Amarela é de 68,47% em SP. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que irão viajar para essas áreas devem imunizar-se pelo menos 10 dias antes do deslocamento. Para Regiane de Paula, coordenadora da Vigilância em Saúde (CCD/SES-SP), para quem irá viajar para o interior e para outros estados, a imunização é imprescindível.

“A vacina da Febre Amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos, desta forma, quem for viajar para zona de mata, ir para acampamentos, trilhas, cachoeiras, é de suma importância a imunização o quanto antes”, citou ela.

É importante destacar também que os macacos não transmitem Febre Amarela. A infecção se dá por meio de mosquitos silvestres, que vivem em zona de mata e não habitam o ambiente urbano das cidades. O risco é maior em áreas de mata e zona rural que recebem turistas para acampamentos, trilhas e outras atividades.

O que é a febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Ela possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.

Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes. Nas cidades, a doença pode ser transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti.



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