Pouso Alegre

Hospital Samuel Libânio quer criar rede de atendimento com hospitais da região

Objetivo é gerenciar hospitais parceiros em cidades da região e direcionar para eles procedimentos de baixa e média complexidade.

Nayara Andery / 26 janeiro 2024

Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), de Pouso Alegre, quer criar uma rede de atendimento hospitalar do SUS no Sul de Minas. Ele é o maior da região em procedimentos e só em 2023 teve mais de 19 mil internações.

O objetivo é fazer parcerias com hospitais de menor porte em toda a região, diz o diretor técnico do HCSL,  Alexandre Hueb. O HCSL vai gerenciar hospitais e Santas Casas parceiras, que atenderão pacientes de baixa e média complexidade ao invés de destinar esses procedimentos para o hospital regional.

Isso pode desafogar parte dos atendimentos do HCSL e ele seria mais voltado para a alta complexidade, na qual é referência regional. Hueb cita que cirurgias de hérnia, apêndice, vesícula e outras, seriam feitas nos hospitais parceiros. Com isso o paciente da região não teria que se deslocar e ficar em tratamento distante de casa.

O projeto faz parte do Programa Promover Saúde, do hospital e do deputado federal Rafael Simões. A Santa Casa de Cambuí pode ser a primeira parceira do programa, já que Hueb informa que ela manifestou interesse.

Esse programa visa criar a rede hospitalar e destinar mais verba do SUS e de emendas parlamentares e portarias, para os hospitais parceiros.

Maior hospital da região

Conhecido como gigante do Sul de Minas, o HCSL é o maior de toda a região em procedimentos. Ele tem área de 20 mil metros quadrados e tem diversidade de áreas da medicina seja para atendimentos, exames e cirurgias.

Dados do Ministério da Saúde mostram aumento anual dos atendimentos pelo SUS. Em 2014 foram 12.463 internações e em 2023, 19.260. Enquanto isso o valor pago pelo SUS por paciente, independente do procedimento, foi de R$ 2.483,63 em 2014 e R$ 3.049,18 em 2023.

A área de abrangência foi reduzida em janeiro de 2024. Ele atendia 153 municípios com cerca de 2,8 milhões de habitantes e agora tem área de 53 municípios com mais de 1 milhão de habitantes.

Como a região é atrativa para trabalhar e residir, a população cresce junto com atendimentos. Hueb explica que o HCSL foi ampliado, tem muitos profissionais e equipamentos, mas precisa de recursos para evitar um futuro colapso na saúde pública, pois é referência regional. Enquanto não há verba suficiente, eles tentam minimizar os problemas.

“Quem chega aqui precisa de atendimento, não vamos recusar, mas o valor pago pelo SUS não paga medicamentos, exames, refeição e até custos de uma cirurgia. Até pouco tempo tínhamos superlotação no Pronto Socorro. Com movimento de gestão, capacitação de pessoas e mudanças de leitos nós otimizamos. Pacientes que eram acolhidos no Pronto Socorro e ficavam em macas no corredor, agora são rapidamente levados para unidades de internação.”

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