A Polícia Militar de Minas Gerais emitiu uma nota de esclarecimento sobre o caso envolvendo um DJ na cidade de Toledo, no sul de Minas. O profissional da música denunciou, pelas redes sociais, ter sido vítima de agressão por parte de alguns policiais militares na cidade.
O caso ganhou repercussão regional, após ser divulgado pelo Terra do Mandu nesta quarta-feira (03/01). Tudo aconteceu às 3h30 do dia 1º de janeiro de 2024, durante a apresentação do DJ na festa de Réveillon de Toledo, organizada pela Prefeitura.
Marcelo conversou com o Terra do Mandu e contou que os PMs pediram o encerramento do show, subiram no palco e o agrediram. Ele foi algemado e levado para a Delegacia, onde mais agressões teriam acontecido, segundo ele.
O DJ disse que o contrato previa show das 3h às 5h da madrugada e que chegou a chamar um representante da prefeitura de Toledo ao palco, para resolver a situação, mas que ninguém apareceu no momento.
Na nota, a PM informou que os policiais solicitaram o encerramento do som, de acordo com o horário estipulado pelo Poder Executivo, conforme oficio encaminhado à Fração Policial Militar de Toledo. A corporação ainda citou que o DJ teria ignorado as instruções policiais e incitado a população contra a PM, fatos anteriormente negados pelo próprio DJ.
“É importante ressaltar que, ao receber a ordem para encerrar o evento, o DJ ignorou as instruções da equipe policial, desobedecendo-as e incitando o público presente contra a Polícia Militar. Cerca de 300 pessoas começaram a proferir xingamentos e a lançar garrafas em direção aos militares”, informou a polícia.
Ainda, a PM disse que durante toda a intervenção policial, o autor resistiu, resultando na necessidade de sua contenção e prisão, e que a abordagem policial foi realizada de maneira técnica e proporcional, priorizando o diálogo e a negociação.
“A atuação da Polícia Militar baseou-se nos princípios da legalidade, proporcionalidade e respeito aos direitos fundamentais. É crucial ressaltar que a intervenção policial visa assegurar a ordem pública e a segurança da sociedade, garantindo o cumprimento da lei. No caso específico, a atuação da Polícia Militar teve como objetivo conter a conduta ilícita, preservando a integridade física de todos os envolvidos, incluindo o autor da resistência, os policiais e terceiros presentes. A abordagem policial foi realizada de maneira técnica e proporcional, priorizando o diálogo e a negociação”, citou.
Ainda segundo testemunhas, foram efetuados tiros com balas de borracha na população que estava de fora da delegacia pedindo a soltura do DJ, além de spray de pimenta. Este fato, entretanto, não foi citado na nota da PMMG.
Defesa se manifesta
Por meio de nota enviada ao Terra do Mandu, o advogado de defesa do DJ, Dr. Conrado Orsatti, citou falta de verdade na nota divulgada pela PM e que a nota não explica qual a legalidade no espancamento do cliente.
“Os vídeos demonstram que a nota da PM não reflete a verdade. A verdade é que nenhuma nota que a PM emitir irá conseguir justificar à violência sofrida por um pai de família e trabalhador. E mais, a nota não explica qual a legalidade no espancamento do VJ Marcelo dentro da delegacia com o VJ já algemado. Só temos a lamentar a Nota da PM que só demonstrou covardia e corporativismo, nem sequer mencionando a apuração de eventual abuso. Acreditamos que a corregedoria irá tomar as providências necessárias, inclusive contra esse tipo de comunicação”, disse a nota.
Prefeitura se pronuncia
Também por meio de nota, a Prefeitura de Toledo informou que vai apurar todos os fatos, todas as denúncias e mídias enviadas ao Executivo e que vai tomar todas as medidas necessárias, pautadas na conclusão que será tomada pelo corpo jurídico municipal.
Ainda segundo a administração, a Prefeitura reconhece a importância do trabalho da Polícia Militar, mas que acredita que a conduta poderia ter sido paciente e moderada. “Se fosse o caso, como por exemplo a apreensão dos equipamentos sonoros”, informou. Veja a nota:
Nota da PM na íntegra
“Consta em Boletim de Ocorrência Policial datado de 01 de Janeiro de 2024, a prisão de um DJ em Toledo, durante as festividades de final de ano. Os Policiais Militares solicitaram o encerramento do som, de acordo com o horário estipulado pelo Poder Executivo Municipal, conforme oficio encaminhado à Fração Policial Militar de Toledo.
É importante ressaltar que, ao receber a ordem para encerrar o evento, o DJ ignorou as instruções da equipe policial, desobedecendo-as e incitando o público presente contra a Polícia Militar. Cerca de 300 pessoas começaram a proferir xingamentos e a lançar garrafas em direção aos militares.
Destaca-se que, durante toda a intervenção policial, o autor resistiu, resultando na necessidade de sua contenção e prisão. A atuação da Polícia Militar baseou-se nos princípios da legalidade, proporcionalidade e respeito aos direitos fundamentais. É crucial ressaltar que a intervenção policial visa assegurar a ordem pública e a segurança da sociedade, garantindo o cumprimento da lei.
No caso específico, a atuação da Polícia Militar teve como objetivo conter a conduta ilícita, preservando a integridade física de todos os envolvidos, incluindo o autor da resistência, os policiais e terceiros presentes. A abordagem policial foi realizada de maneira técnica e proporcional, priorizando o diálogo e a negociação.
A prisão de um autor de resistência pela Polícia Militar pauta-se pelos princípios da legalidade, proporcionalidade, respeito aos direitos humanos e transparência, visando garantir a segurança da comunidade e a aplicação justa da lei”.