O valor da cesta básica em Pouso Alegre caiu 3,58% em maio, após quatro meses de alta. Os dados são do Índice da Cesta Básica (ICB) que a Faculdade Unis pesquisa mensalmente. Tomate, açúcar refinado e banana puxaram o índice para baixo. O consumidor tem pagado cada vez mais caro nos itens básicos de alimentação, sendo que a alta acumulada  chega a 22,36% no período de um ano.

E praticamente metade do aumento em um ano foi registrado em 2022. De janeiro a maio, a alta acumulada é de 11,49%. O ICB analisa preços de 13 itens da cesta básica nacional de alimentos, com base em metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-Econômicos (DIEESE).

Produto x preço

Óleo de soja, arroz e carne bovina mantiveram estabilidade de preços. E itens que podem pesar mais no bolso do consumidor devido à alta são farinha de trigo (7,99%), leite integral (4,28%), feijão carioquinha (4,24%), café em pó (3,53%), manteiga (2,98%) e batata (2,5%). As menores altas são do pão francês (1,3%) e carne bovina (1,16%). A pesquisa ressalta que a alta da farinha de trigo é impulsionada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, “importantes produtores e exportadores de trigo”, além da valorização do dólar sobre o real para os derivados dele.

Dos itens que ficaram mais baratos, o tomate é o que mais chama a atenção com -29,12%. O motivo é “o início da colheita da safra de inverno que aumentou a oferta, além da demanda estar enfraquecida”. O açúcar refinado teve queda de 12,14% e a banana, de 9,95%. O óleo de soja e o arroz tiveram uma discreta redução de preços, com 0,66% e 0,44% respectivamente.

Valor é “fatia” considerável do salário

No comparativo com o salário mínimo líquido, a cesta básica para um trabalhador adulto, chega a quase 60% do valor total dessa renda. Em janeiro ela custava R$ 579,40, chegou a R$ 669,92 em abril e caiu para R$ 645,95 em maio. A maior alta de 2022 foi de 8,66% em abril, quando a cesta básica correspondeu a 59,76% do salário mínimo.

Essa queda em maio não gera compensação das altas anteriores, enfatiza a pesquisa. “Essa diminuição está longe de compensar os impactos das altas ocorridas desde o início do ano, que já são maiores que a correção do salário mínimo no período.” Os fatores que a pesquisa analisa que causam oscilação nos preços são “dinâmica da oferta e das safras, a taxa de câmbio e o conflito na Ucrânia”.