Ícone do site Terra do Mandu – Notícias de Pouso Alegre e região

“E se fosse em Pouso Alegre?”: Fotógrafa recria cenas históricas, conhecidas mundialmente

Mineira de Pouso Alegre, a fotógrafa Cris Vieira promoveu um projeto que tem conquistado seus amigos, conterrâneos e as redes sociais. Ela recriou seis cenas históricas de fotografias conhecidas mundialmente, no projeto que recebeu o nome de “E se fosse em Pouso Alegre?”.

O trabalho foi realizado com os recursos da Lei Aldir Blanc – Lei Federal nº 14.017/2020, junto à Superintendência de Cultura, da Prefeitura Municipal de Pouso Alegre. Os modelos foram Lúcio Marques, Ronaldo Dias, Lidiany Chibante e o pequeno Miguel.

Confira a entrevista com a fotógrafa, realizada nesta sexta-feira (04/02):

fotógrafa

Cris Vieira é Bacharel em Direito, Fotógrafa há 14 anos e desenvolveu projetos fotográficos pessoais de grande repercussão na mídia: “Como Conquistar um Homem em 365 Dias”, “366 Dias de Música”, com entrevistas veiculadas à várias afiliadas de emissoras de TV.

Além disso, ela já teve alguns trabalhos publicados no site da maior editora fotográfica do País, a iPhoto Editora e participou de exposições fotográficas com amostras do seu trabalho.

Confira as fotos recriadas por Cris

 

Confira as fotos originais

  

 

Escolha e execução do projeto

Cris comentou que a ideia do projeto surgiu durante as malhações na academia que ela frequenta, junto ao amigo e artista renomado em Pouso Alegre, Lúcio Marques. Foi ele quem informou a ela sobre o edital aberto referente à Lei Aldir Blanc e disse que era para ela se inscrever.

“Me enviou o link e informações. Porém, eu nem sabia o que era, nem como fazia e também não tinha nenhuma ideia de projeto (risos). Os dias seguiram com o Lúcio na academia me dizendo: “já se inscreveu? Se inscreve logo, tem prazo!”, “Não inscreveu ainda?”, “Inscreve o projeto… vai perder o prazo!”. E eu, não tinha nenhuma ideia. Nada. Zero!”, comentou Cris.

“Pensei em paisagem, pensei em coisas de relevância cultural para Pouso Alegre, pensei em gente famosa… e nada! Como a Lei Aldir Blanc destina a verba para projetos “culturais”, entendi que o projeto deveria envolver na temática algo relacionado diretamente com a cidade de Pouso Alegre. De forma bem tímida, simplista e sem nenhuma animação, perguntei ao Lúcio: “O que você acha de recriarmos fotos históricas, famosas, icônicas, em Pouso Alegre?” Imediatamente o Lúcio se animou e disse que a ideia era ótima! Excelente!”, completou.

Modelos escolhidos

Foi aí que surgiu o convite para que ele fosse um de seus modelos e que engajasse a sua turma de atores para o projeto. E Lúcio topou e já tinha em mente os modelos oficiais: Lúcio Marques, Ronaldo Dias e Lidiany Chibante. Foi assim que a ideia começou, mas muitos obstáculos ainda estavam por surgir.

“Então preenchi os formulários, descrevi o projeto como seria desenvolvido (hipoteticamente, conforme a minha pouca noção me permitia, já que eu nunca tinha feito isso antes na vida, oficialmente!), citei os exemplos que poderíamos reproduzir e, desencanei. Achei que o Projeto não seria selecionado, porque era simples demais. Parecia algo que todo mundo já tinha feito na vida! (risos). Mas, por outro lado, pelo menos havia tentado né?”, comentou a fotógrafa.

Projeto aprovado

Depois de um período ela recebeu um e-mail comunicando que o seu projeto havia sido selecionado (e publicado no resultado do Edital) e que ela precisaria apresentar a documentação necessária para aprovação. Cris então cumpriu as exigências e tinha um prazo de 30 dias para execução da obra, entre 31 de dezembro e 30 de janeiro. Assim, “o bicho pegou”, como disse ela.

Covid-19 e chuvas

Eles começaram então escolhendo as fotos que iriam reproduzir, onde iriam fotografar e quando seriam executados os próximos passos. E, a chuva atrapalhou, a Covid-19 infectou e ela acabou encontrando alguns obstáculos pelo caminho.

“A única coisa que não era uma incógnita, eram as chuvas. E choveu. Como choveu!!! E fotos com chuva? Esquece. Equipamento é inimigo de chuva! Então, ficamos parados esperando o tempo melhorar… De 31 de Dezembro à 11 de Janeiro, nada foi feito. No dia 12 de Janeiro, eu e o Ronaldo fomos premiados com o Covid-19: 10 dias
de isolamento. Pronto! Não tinha mesmo como fazer nada”, contou ela.

Início da execução

O isolamento terminou no dia 21 de janeiro, ou seja, poucos dias antes do prazo final para entrega do projeto. Assim, eles partiram para ação! As 6 fotos foram escolhidas, os figurinos foram organizados e os dias e locais estavam programados para que o trabalho acontecesse. E ele aconteceu!

“Na manhã do dia 26, mudamos algumas opções! Para as fotos do Salvador Dali, tentamos duas locações diferentes: na frente da Imobiliária Motta e na Faculdade de Direito. E depois, para a foto do almoço do topo de um arranha-céu, pensamos na obra do Residencial Scenarium – que fica ao lado da Academia Ana Maria e fomos para lá, pedir autorização. Conseguimos, subimos aparamentados com os EPIs e a companhia do Técnico de Segurança Marcelo”, contou Cris.

“Fomos até o 18º andar, já terminado, pois, onde estavam assentado a laje e não teria “proteção lateral” não
tinha como entrar na quarta-feira. Somente na terça. E na terça-feira já teria estourado o meu prazo. Então decidimos fazer por ali mesmo. Guardadas as devidas restrições, fizemos as composições com o Lúcio e o Ronaldo incorporando os trabalhadores como na foto original, e a montagem final, fiz no Photoshop. Finalizada a primeira etapa. Voltei para casa e dei inicio à pós-produção. Em média, de 2 a 3 horas por imagem”, completou.

Segunda sessão

Depois, a segunda sessão de fotos foi marcada para o dia 29 de janeiro, um dia antes do encerramento do prazo. Quatro fotos ainda restavam para serem tiradas quando uma forte tempestade atrasou novamente o trabalho da fotógrafa e seus modelos.

“De sexta para sábado, aconteceu o dilúvio. Na manhã de sábado, próximo ao horário combinado – tempestade. O céu desabou em água, e eu já pensei: “- lascou tudo agora, não vai dar para fotografar!”. 9h20min, a chuva foi diminuindo e então fomos para o Conservatório fazer as fotos do Chaplin. Minha amiga Aline, concordou e autorizou que o filho – Miguel – participasse do projeto. Separei o figurino, e o que não tinha – improvisei. Então fizemos as fotos, debaixo do chuvisco, congestionando o trânsito na Rua Francisco Sales porque eu precisava de espaço para me posicionar! (risos)”, comentou.

“Aí é aquilo: dirige a cena correndo, olha a foto original no celular, corrige a pose dos modelos ou arruma a roupa, pega a câmera, se posiciona, faz 3 clicks e para porque tem carro buzinando porque eu estava no meio da rua. Repita essa operação por 30 minutos. Foi assim”, completou ela.

Trocas de figurino e mais fotos

Terminada a foto do Chaplin, eles foram para a casa do Lúcio fazer a troca de figurino e acessórios, para fazer a foto da Maria Bonita e Lampião em um lote no Colinas. Mais 40 minutos de fotos debaixo de chuvisco.

Voltamos para a casa do Lúcio, para outra troca de figurino: agora a cena é a do Beijo. Escolhi aquele ponto da Praça Senador José Bento, com ênfase no Prédio do antigo Fórum – hoje atual sede da Secretaria de Cultura, por conta da perspectiva. Primeiro ia focar na Avenida, mas achei o espaço grande. Então preferi focar no prédio, até mesmo porque, precisava de referências simbólicas de Pouso Alegre. Fotos no meio da rua, carros passando e chuva”, contou.

“Novamente voltamos para a casa do Lúcio e agora, a troca de figurino é para a Lidiany fazer Marilyn na Rodoviária. Hora de make e hair. Mais ajustes na peruca, mais acessórios, mais escolha de casaco e, fomos para a Rodoviária. Escolhi um ponto onde a perspectiva se assemelhasse com a foto e, posicionados Lidiany e Lúcio, entre um passageiro e outro que transitava, fizemos as fotos”, completou.

“Registro das fotos finalizado. Volto para a casa e, sábado e domingo de edição! Mais ou menos às 20h de Domingo, dia 30/01, enviei as artes das fotos para a prefeitura aprovar e autorizar a divulgação. Projeto concluído”, comemorou a fotógrafa.

Sair da versão mobile