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Operação contra piratas de cursinhos que faturaram R$ 15 milhões prende homem em Borda da Mata

Terra do Mandu / 21 julho 2020

Preso em Borda da Mata seria o hacker do grupo. Ao todo, nove pessoas foram presas no Rio de Janeiro e Minas Gerais. Esquema teria gerado um prejuízo de R$ 65 milhões aos cursos originais, licenciados para vender aulas e apostilas de grandes concursos.

Equipamentos aprendidos na casa do suspeito em Borda da Mata. Foto: PCMG

As polícias civis de Minas Gerais e Rio de Janeiro prenderam, nesta terça-feira (21), nove pessoas na Operação Black Hawk, contra pirataria de materiais de cursinhos preparatórios para concursos públicos.

Segundo as investigações, a quadrilha invadia sistemas há pelo menos 20 anos e faturou R$ 15 milhões anunciando apostilas e videoaulas pirateadas, vendidas por valores de até 10% do material oficial, que valiam de R$ 500 a R$ 10 mil.

Os prejuízos das empresas cujo conteúdo foi hackeado chegam a R$ 67 milhões. Os cursos pirateados eram para a área de segurança pública, como Polícia Civil, Polícia Federal e Rodoviária Federal, além de concursos para carreiras fiscais e jurídicas.

Um dos alvos da operação foi preso em Borda da Mata, no Sul de Minas. Um homem, de 71 anos, é apontado como o hacker que invadia páginas de cursos para roubar conteúdo. Uma mulher, de 35 anos, filha do suposto hacker, foi presa em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.

Segundo informou a Polícia Civil, “o suspeito, de 71 anos, possui conhecimentos avançados em tecnologia da informação e era o responsável por quebrar a criptografia do streaming de vídeo dos cursos oficiais e transferir os arquivos para um servidor próprio”.

Ainda de acordo com as investigações, as aulas eram disponibilizadas para os clientes das plataformas virtuais gerenciadas pelo principal suspeito de liderar o grupo, um homem, de 35 anos, preso no Rio de Janeiro, juntamente com um irmão, policial militar e a mãe, uma cabeleireira.

A operação

A ação, desencadeada nas cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Saquarema, Araruama e nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Borda da Mata, contou com um efetivo operacional de mais de 100 agentes da Polícia Civil de Minas Gerais, por meio das Delegacias Regionais de Pouso Alegre e de Juiz de Fora, do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada), da 8ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar da PMERJ), além do apoio logístico do 4º DPA (Departamento de Policiamento de Área).

Utilizando modernas técnicas investigação, com quebras de sigilos telefônicos, telemático, bancário e fiscal, entre outras, os agentes descobriram que o grupo comercializou milhares de cursos preparatórios pirateados, inclusive para os concursos das Polícias Civis dos estados, Polícia Federal e Rodoviária Federal, além de cursos das carreiras fiscais e jurídicas, causando um prejuízo estimado em 65 milhões de reais aos cursos oficiais.

Policiais que participaram da ação em Borda da Mata apreenderam computadores e vários HD externos onde seriam armazenados os conteúdo pirateados. Foto: PCMG

Durante a investigação, os agentes descobriram que para ocultar a grande movimentação financeira de origem ilícita, o líder utilizava seus parentes como laranjas. Durante o período foi investigada a mãe dele, que possui um salão de beleza e teve movimentação bancária de 1,5 milhões de reais e ganho líquido próximo a quinhentos mil reais em operações de bolsas de valores, de acordo com o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do COAF.

Outro artifício utilizado para ocultar o capital obtido criminosamente era o de manter os bens adquiridos em nome dos vendedores. Com essa mesma finalidade os investigadores identificaram também uma empresa fantasma sediada em um shopping de luxo na capital paulista.

Na ação de hoje, os policiais fazem o levantamento do patrimônio dos envolvidos no esquema criminoso para identificar os bens adquiridos com dinheiro de origem ilícita e embasar posterior sequestro judicial dos recursos.

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