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Morre o ex-vereador e policial que participou da ação que matou o bandido Fenando da Gata

Sargento Campos foi vereador por dois mandatos em Pouso Alegre. Ele acertou um dos tiros que matou o ladrão mais procurado no Brasil em meados de 1982.

Ex-vereador Sargento Campos – reprodução Câmara Municipal

Morreu neste sábado (11), em Pouso Alegre, o ex-vereador e policial militar José Lúcio Campos, conhecido como Sargento Campos. Na época em que era policial, Campos participou da ação que resultou na morte de Fernando da Gata, criminoso que aterrorizava famílias de São Paulo, Pouso Alegre e região nos anos 80.

O sargento Campos tinha 75 anos e faleceu no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, onde estava internado. A causa da morte não foi divulgada. O velório é realizado na Funerária Santa Edwiges, e o sepultamento será no domingo (12), às 08h, no Cemitério Jardim do céu.

Em nota divulgada pela Câmara Municipal de Pouso Alegre informa que o sargento Campos foi vereador por dois mandatos; 93/96 e 96/2000. Em 1994 ocupou o cargo de primeiro secretário da Mesa Diretora.

“Em 1998 foi um grande defensor do projeto que resultou na produção do documentário dos 150 anos de Pouso Alegre, por meio do Museu Histórico Municipal Tuany Toledo.

Em 2018 recebeu homenagem na Câmara por sua contribuição para o desenvolvimento rural, enquanto parlamentar.

Como policial militar participou da ocorrência que resultou na morte de Fernando da Gata, um criminoso que aterrorizou a cidade de Pouso Alegre no início dos anos 80”, diz a nota da Câmara.

Morte de Fernando da Gata

Segundo os jornais da época, o sargento Campos, da Guarda Florestal, foi quem acertou um dos tiros que mataram o criminoso Fernando da Gata em meados do ano de 1982. A ocorrência foi às margens do Rio Sapucaí, em Santa Rita do Sapucaí, durante um cerco ao homem que era um dos mais procurados do Brasil por assaltos e estupros ocorridos na capital Paulista e havia fugido para Pouso Alegre.

Ainda de acordo com os relatos na imprensa, Fernando Soares Pereira nasceu em 1961 no interior do Ceará. Foi para São Paulo onde trabalhou como servente de pedreiro. Logo apareceram as ocorrências de roubos e estupros em mansões da capital paulista.

A polícia de São Paulo identificou o homem ao checar que na cidade do Ceará de onde saiu ocorreram crimes idênticos. Ao tentar prendê-lo, o rapaz, com 21 anos de idade, conseguiu escapar do cerco policial e fugiu para um novo lugar. Devido a maneira como agia pulando muros para cometer crimes e a fuga, os policiais o apelidaram de Fernando da Gata.

A história do criminoso foi contata no programa Fantástico, da rede Globo. Logo, os pouso-alegrenses perceberam que os crimes recém ocorridos na cidade teriam sido cometidos pelo ‘famoso ladrão’.

Fernando da Gata nas machetes dos jornais da época. Reprodução

Eram meados de 1982. Contam os jornais da época que esgotaram as armas vendidas em lojas da região. Todas as famílias queriam se proteger do bandido.

“Ele pulava muros e quintais usando apenas um calção, dominava cães ferozes com um simples estalar de dedos, entrava nas ricas mansões de revolver em punho, estuprava a dona da casa no seu quarto com o marido trancado no banheiro ao lado ou na presença dele mesmo, comia refeições frias ou quentes preparadas pela dona da casa. As vezes fazia xixi – e o ‘dois’ também – nos pratos e panelas e ia embora levando somente objetos que pudesse carregar nas mãos ou numa sacolinha presa à cintura; joias”, diz trecho do livro ‘Meninos Que Vi Crescer’, de Ayrton Chips.

 

Em setembro de 1982, cerca de um mês depois de chegar ao Sul de Minas, Fernando da Gata foi morto na ação policial, às margens do Rio Sapucaí, em Santa Rita do Sapucaí. Houve um cerco policial contra o bandido, que mesmo ferido, conseguiu atravessar a nado o rio. Do outro lado estava o sargento Campos, que fez mais um disparo e o ladrão voltou para a outra margem do rio, onde o corpo foi encontrado.