O corpo de Sean Karl Grebinger, 48 anos, está há 15 dias no IML da cidade. Segundo a Polícia Civil, a família não teria interesse em levar o corpo para os Estados Unidos. Laudo da Polícia Civil confirmou que Grebinger cometeu suicídio. O homem era procurado pela Interpol desde 2013, acusado de matar a esposa americana. Ele foi preso em Pouso Alegre no mês passado pela Polícia Federal para ser extraditado para os EUA.
O corpo do norte-americano, Sean Karl Grebinger, de 48 anos, que morreu dentro do presídio de Pouso Alegre no último dia 21 de fevereiro, continua no Instituto Médico Legal da cidade. Porém, saiu a definição que o corpo do homem será sepultado no Brasil.
Nesta sexta-feira (06), quando faz 15 dias da morte do norte-americano, o delegado da Polícia Civil, Rodrigo Bartoli, confirmou à reportagem do Terra do Mandu que Grebinger será sepultado em cova rasa no cemitério municipal de Pouso Alegre, até que a esposa brasileira dele decida se levará o corpo para outra cidade do Brasil. O delegado emitiu a autorização para o enterro nesta quinta-feira (05).
De acordo com o delegado, a família americana de Sean Karl não teria interesse em levar o corpo do homem para os Estados Unidos.
Laudo confirma suicídio
Ainda segundo o delegado da Polícia Civil, o laudo da perícia técnica confirmou que Sean Karl Grebinger cometeu suicídio. Na manhã da sexta-feira, de 21 de fevereiro, o norte-americano foi encontrado com uma corda feita de tecido amarrada ao pescoço e nas grades da cela. De acordo com o Departamento Penitenciário de Minas Gerais, o homem não dividia cela com nenhum outro preso.
O norte-americano tinha sido levado para o presídio três dias antes, após ser preso pela Polícia Federal no bairro Cidade Vergani. O homem aguardaria o processo de extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de matar a esposa em 2013. Ele constava na lista da Interpol como um dos criminosos mais procurados do mundo.
Em Pouso Alegre, Sean Karl Grebinger morava há um ano com dois filhos, (de 17 anos e de 15 anos) de nacionalidade americana, e a esposa brasileira, com quem ele se casou após chegar no Brasil, foragido da justiça americana.
Americano deixou cartas para familiares
Ao lado do corpo, dentro da cela do presídio, os agentes encontraram três cartas escritas pelo norte-americana. As correspondências eram para amigos e familiares dos Estados Unidos. De acordo com o delegado, as cartas já foram digitalizadas e enviadas à família do americano.
HISTÓRICO EM POUSO ALEGRE
No último dia 31 de janeiro, o norte-americano agrediu a esposa em Pouso Alegre e foi preso, encaminhado para o presídio da cidade. No mesmo dia ele recebeu alvará de soltura por meio de liberdade provisória sem pagamento de fiança.
Na última terça-feira, 18 de fevereiro, Sean Grebinger foi novamente preso. Desta vez pela Polícia Federal que cumpria um mandado judicial de prisão para fins de extradição do Supremo Tribunal Federal (STF).
Depois de preso, o americano foi conduzido para o presídio de Pouso Alegre, onde estava à disposição da suprema corte brasileira até que fosse autorizada sua extradição para os Estados Unidos.
O norte-americano morava em Pouso Alegre há pelo menos um ano. Ele residia numa casa pequena, no bairro Cidade Vergani, que fica a 6 km do Centro da Cidade. Ele morava com a esposa brasileira e os dois filhos, de 17 anos e 15 anos, que teve com a esposa americana.
FILHOS RETORNAM AOS EUA
Um dia antes da morte de Sean Karl Grebinger, os dois filhos dele saíram de Pouso Alegre para voltar aos Estados Unidos, onde vão morar com a avó materna. Eles foram levados para o consulado americano em São Paulo, para depois seguir para Brasília, de onde partiram para a América do Norte.
O CRIME NOS EUA E A FUGA PARA O BRASIL
Segundo informou autoridades dos Estados Unidos à PF, em 2013, o homem teria assassinado a esposa e ocultado o corpo, que nunca foi encontrado.
“As investigações da polícia americana revelaram evidências substanciais de sua autoria no cometimento do assassinato da esposa, além de longo histórico de abusos e violências praticados contra a companheira, que já havia obtido, inclusive, medidas protetivas judiciais contra o marido naquele país”, informa comunicado da PF à imprensa.
Segundo o FBI informou à PF, duas semanas após o crime, o homem pegou um voo com destino a São Paulo. No Brasil, casou-se com uma brasileira, obtendo permissão de residência no país.
Na tentativa de obter refúgio, forneceu declarações falsas de que foi agente das forças especiais do contraterrorismo americano, além de simular perseguição política nos EUA.