Após nova reforma, Theatro Municipal de Pouso Alegre será reaberto até abril
Magson Gomes / 10 fevereiro 2020
Magson Gomes / 10 fevereiro 2020
Theatro não recebe espetáculo artístico desde 2015. Nesse período, o prédio tombado pelo patrimônio passou por duas reformas, com gastos que superaram R$ 1,5 milhão. VEJA O VÍDEO REPORTAGEM ABAIXO DA MATÉRIA.
Depois de cinco anos sem receber espetáculos, o Theatro Municipal de Pouso Alegre será reaberto. As obras da nova reforma foram concluídas na semana passada. A superintendente municipal de Cultura, Regina Franco, diz que a reinauguração deve acontecer entre março e abril.
“Está tudo praticamente pronto. Só faltam os detalhes. Mas a obra maior, a construtora entregou na semana passada”, explica a superintendente.
O prédio é tombado como patrimônio histórico de Pouso Alegre. Ao invés de espetáculos artísticos, o Theatro está fechado desde 2015 para reformas. A primeira, realizada em 2016.
Uma semana depois de um evento político de reinauguração, o palco e os camarins foram invadidos pelas águas de um temporal, onde o telhado não tinha sido refeito. Foi então que o prédio foi interditado para nova obra.
“A partir do momento que teve um vídeo nas redes sociais mostrando a água caindo nessa parte, teve uma denúncia no Ministério Público. E aí não pôde mexer até a promotoria liberar para reforma”, explica Regina Franco.
Nas obras de 2016, o Theatro ganhou um novo telhado, com estrutura metálica, o forro foi substituído, a parte elétrica foi refeita e novas poltronas foram instaladas. O carpete foi trocado, além de sistema de ar-condicionado. O valor investido foi de R$ 950 mil, verba do Governo Estadual.
A segunda e derradeira reforma teve início em abril do ano passado, dois anos depois da interdição. A primeira licitação foi no valor de R$ 525 mil. Com os trabalhos em andamento, percebeu-se que eram necessários mais serviços, e nova licitação foi feita.
Os serviços da reforma finalizada em 2020 foram refeitos parte dos serviços da reforma de 2016 e novas partes que não tinham sido contempladas na obra anterior.
“A parte do palco, a parte cenográfica, luzes, o palco foi refeito por inteiro, o piso foi tratado, reestruturado. Um especialista levou o piano para São Paulo e cuidou dos reparos. Foram trocadas todas as cortinas do Theatro. O piso, que era uma forração, agora é um carpete; os lambris foram trocados porque estava carunchado. A parte elétrica foi refeita e agora os equipamentos de ar-condicionado podem funcionar simultaneamente. E foi feita a pintura interna e externa”.
Segundo a superintendente, o Theatro deverá ser reinaugurado em março ou abril. “Porque agora nós vamos cuidar dos detalhes. É um prédio antigo. Na outra reforma eles colocaram uns lustres que não tinha nada a ver. Agora voltaram os lustres antigos. Estamos cuidando dos detalhes”.
“Estou muito feliz. Além de ser um dos primeiros teatros do Brasil, ele tem muita história. A cidade de Pouso Alegre, culturalmente, é muito rica. As pessoas gostam de ir ao teatro. Falo como frequentadora assídua. Toquei aqui na orquestra de violões, meus alunos tocaram aqui. O Theatro sempre foi lotado”, relembra.
O Theatro Municipal de Pouso Alegre é uma réplica do teatro de Milão, na Itália. O prédio é tombado como patrimônio histórico de Pouso Alegre. Por isso, mesmo com a reforma, as características não podem ser modificadas, como a cor do prédio.
“Ele é tão antigo e tão importante que nos 60 anos da Dercy Gonçalves ela incluiu aqui para se apresentar porque no início da carreira ela se apresentou aqui. E vieram muitas músicas, muitas peças importantes”.
PRODUTORES CULTURAIS E OS ESPAÇOS ALTERNATIVOS
Durante os cinco anos de Theatro Municipal fechado, os produtores culturais foram obrigados a buscar espaços alternativos, como clube literário, anfiteatro da medicina e salão de hotel.
“Todos dentro das condições deles. As datas ali são muito difíceis de se encaixar. A gente teve que se adequar para não deixar de trazer eventos para a cidade”, explica o produtor cultural Marcus Vinicius Amaral.
Marcus Vinicius conta que alguns espetáculos nem puderam ser trazidos para Pouso Alegre porque esses espaços não ofereciam a estrutura apropriada para determinado show ou peça. “Então foi um período muito difícil”, finaliza o produtor.
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