Já são 4 anos fechado. Na última reforma, em 2016, foram gastos R$ 950 mil, mas problemas não foram resolvidos.
O Theatro Municipal de Pouso Alegre, tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural da Cidade, não recebe um espetáculo há quatro anos. Nesta segunda-feira (22) os sons que se ouve são de martelo e furadeira. O Municipal está em reforma, de novo.
No final de dezembro de 2016 teve um evento de reinauguração do Theatro, que tinha acabado de passar por uma reforma de telhado, parte elétrica, troca de poltronas e carpete, além de instalação de sistema de ar-condicionado. O valor investido foi de R$ 950 mil, verba do Governo Estadual.
Porém, uma semana depois, o prédio foi interditado. Um temporal alagou o palco, na parte do telhado não tinha sido trocada na reforma, e houve infiltrações em outras partes. Com isso, uma nova reforma era necessária para fazer o que não tinha sido feito e refazer outras partes que não funcionaram.
Dois anos depois daquela chuva de janeiro de 2017, uma empresa foi contratada pela prefeitura para nova reforma. A superintendente municipal de Cultura, Regina Franco explica que justiça entrou no caso e a construtora responsável pela reforma em 2016 estava sendo processada.
“Uma semana depois que a gente tomou posse teve um vídeo chovendo em cima do piano [que fica atrás do palco]. A partir daquilo, a gente veio e interditou e viu que a situação não estava boa. Aí teve uma denúncia no Ministério Público; fizemos várias reuniões; alguns processos contra a construtora [que fez a reforma anterior]; só depois que o perito indicado pela justiça constatou todas as irregularidades que o engenheiro da prefeitura já tinha visto que foi liberado para reforma”, explica a superintendente municipal de Cultura, Regina Franco.
Ainda de acordo com Regina Franco, o telhado na parte do palco para as salas de ensaios e camarins será reformada. Também será feita a nova estrutura do palco, desde o tablado, às cortinas. A parte elétrica instalada em 2016 será refeita porque apresenta emendas e não suporta ser ligada ao mesmo tempo. O carpete também será trocado novamente, além de reforma nas salas de ensaios e camarins.
O vereador Bruno Dias (PR), presidente da comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer na Câmara, lamenta que a prefeitura tenha que refazer serviço. “Além dos prejuízos financeiros, a gente tem o prejuízo de uma classe artística que ficou sem lar, sem casa. Além do prejuízo financeiro e da classe artística nós o tivemos todo um prejuízo de público que não pode vir ao Theatro e contemplar aquilo que os artistas locais, ou aqueles de fora pudessem trazer de arte, especialmente, de teatro e música para a cidade de Pouso Alegre”, diz Bruno Dias.
Marcus Vinicius Amaral é produtor cultural e nos últimos quatro anos, trouxe espetáculos para Pouso Alegre, mas teve que buscar espaços alternativos para as apresentações. “Foi uma época difícil ficar sem o Municipal, porque é referência regional, um teatro de 1875, tombado pelo Patrimônio [Histórico e Cultural da cidade]. A gente conseguiu cumprir nossa agenda, mas é obvio que o Municipal é um teatro específico para esse tipo de evento que a gente faz, desde o stand up, eventos infantis, peças teatrais que demandam de um palco para que se monte cenário, luzes… foram alguns anos que a gente penou”, conta Marcus Vinícius que completa dizendo que acredita que dessa vez a reforma dará certo e será entregue no prazo.
De acordo com a superintendente de Cultura, Regina Franco, os serviços deverão ser concluídos até novembro e o valor a ser gasto será de R$ 525 mil de recursos próprios da prefeitura.