Moradores do bairro Ipiranga cobram melhorias na infraestrutura e serviços públicos

Magson Gomes / 12 abril 2019

Os moradores do bairro Ipiranga, em Pouso Alegre, estão revoltados com a falta de infraestrutura do lugar onde vivem. São mais de 20 anos assim. A prefeitura diz que a área foi ocupada de maneira irregular e precisa ser regularizada para receber melhorias.

Moradores fizeram camisetas e faixas para protestar no bairro e na Câmara Municipal. Foto: reprodução

Quem mora no bairro Ipiranga, em Pouso Alegre, está bem perto do Centro da Cidade. São apenas três minutos, ao lado do bairro Belo Horizonte. Porém, ao redor das casas do Ipiranga não tem asfalto, não tem iluminação pública, não tem água da Copasa e muito menos captação de esgoto das casas. Os moradores afirmam que estão na área urbana e cobram pelos serviços que têm numa cidade. A reivindicação é antiga. Segundo os moradores, já são mais de 20 anos indo atrás das autoridades do município.

Os próprios moradores fizeram um levantamento de quantas pessoas vivem no bairro para mostrar a necessidade de investimentos em infraestrutura. De acordo com esse levantamento, são 722 habitantes na área, com 203 famílias e 23 empresas.

Airton Leite Rodrigues está no bairro há 10 anos. Ele conta que o acesso ao bairro é muito ruim e os ônibus do transporte público evitam entrar. “Quando está chovendo é muito barro, é muita lama. E quando tem sol é poeira que sobe até 20 metros de altura. É coisa horrível”. Airton também diz que outros parentes compraram terreno e construíram no bairro. Eles têm contrato de compra e venda e pagam IPTU na prefeitura. “O bairro não é rural. Ele é urbano. Porque 60% de nós pagamos IPTU”, afirma o morador.

Vista de uma parte mais alta do bairro. São cerca de 200 casas no Ipiranga, que fica próximo ao rio Sapucaí Mirim, do lado oposto ao bairro BH. Foto: reprodução

O morador Thiago Ruas diz que se fosse feita a pavimentação da rua principal do bairro, a Professor Geraldo Camargo, e a iluminação pública já iria ajudar muito as famílias. “Passa cerca de 200 caminhões por dia nessa rua, por conta das empresas que têm no bairro. Então, a gente pede infraestrutura porque o povo não aguenta mais”.

Essa semana, um grupo de moradores esteve na Câmara Municipal para pedir o apoio dos vereadores nas reivindicações. Também já fizeram reuniões com representantes da prefeitura.

“A gente já fez três reuniões com o secretário de Obras. A resposta deles é que não tem o que fazer enquanto não terminar esse processo [judicial de regularização do bairro]. Mas na última reunião ele deixou escapar que não tem impedimento jurídico para fazer [melhorias] na Rua Professor Geraldo Camargo”, conta Thiago Ruas.

O QUE DIZ A PREFEITURA

A reportagem do Terra do Mandu entrou em contato com a prefeitura de Pouso Alegre. Segundo a assessoria de comunicação, o bairro não passou pelo processo legal de loteamento na prefeitura e, por isso, é considerado uma área irregular. Ainda de acordo com a prefeitura, as melhorias solicitadas pelos moradores só poderão ser feitas após essa regularização do loteamento.

A assessoria da prefeitura também informou que os moradores devem cobrar essa regularização junto ao loteador ou, de forma individual e coletiva, entrar com pedido na justiça para a aprovar o loteamento já construído e ocupado como área legal.

Ainda durante a visita dos moradores na Câmara, o vereador Rodrigo Modesto, líder do prefeito na Casa, sugeriu a criação de uma comissão de vereadores e moradores para fazer as negociações junto à prefeitura e ao Ministério Público.

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