Rafael Simões pede cassação de André Prado após discurso de vereador na Câmara

Magson Gomes / 19 setembro 2018

Segundo pedido do prefeito lido na sessão desta terça, vereador fez acusações caluniosas e quebrou o decoro parlamentar. Prado reafirmou a denúncia contra Simões de supostas irregularidades em compra de medicamentos e materiais do HCSL.

Foi lido durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Pouso Alegre nesta terça-feira (18) um pedido encaminhado pelo prefeito Rafael Simões (PSDB) para cassar o mandato do vereador André Prado (PV). Na denúncia, Simões acusa que o vereador cometeu quebra de decoro parlamentar durante o discurso feito na tribuna da Câmara na semana anterior.

“Na sessão ordinária de 11 de setembro o vereador André Prado vez uso da tribuna dessa Casa de Leis, proferindo discurso permeado por impropérios, inverdades, calúnias, difamações e injúrias”, diz o documento enviado pelo prefeito.

Na sequência, a denúncia de Simões descreve o discurso feito pelo vereador e aponta as justificativas para que os demais vereadores cassem o mandato do parlamentar por quebra de decoro.

No discurso da semana anterior, André Prado fez denúncia contra o prefeito Rafael Simões após ter acesso a parte da sindicância interna realizada pela Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí (FUVS) que apontou supostas irregularidades na venda de medicamentos e materiais do Hospital das Clínicas Samuel Libânio a Simões, que na época, era presidente da FUVS.

No discurso, o vereador afirmou que “nós estamos diante de um crime nojento, praticado pelo nosso prefeito e sua trupe”

Rafael Simões nega que houve qualquer irregularidade na compra dos produtos e afirma que pagou pelos medicamentos e materiais adquiridos junto ao hospital. “Não há crime; não há desvio; não há ilicitude; não há irregularidade alguma”, diz o prefeito que ainda levanta suspeitas contra o relatório da sindicância da FUVS.

LEIA MAIS:  As supostas irregularidades apontadas pela sindicância ocorreram entre 2014 e 2017, ‘através de lançamentos fictícios em contas hospitalares’ em nome do prefeito Rafael Simões, presidente da FUVS na época.

No dia 30 de agosto, o portal Terra do Mandu noticiou que, após sindicância, cinco funcionários do HCSL foram demitidos por justa causa. Eles estariam envolvidos no esquema.

A justiça acatou o pedido do promotor Agnaldo Lucas Cotrim, Curador das Fundações, para suspender, temporariamente, as demissões dos cinco funcionários demitidos. O promotor alegou, em seu pedido, que as demissões podem trazer danos ao patrimônio da fundação, caso a Justiça do Trabalho reverta a justa causa. Ainda segundo a solicitação de Agnaldo Cotrim, não foi dada ampla defesa aos empregados demitidos.

O que disse o vereador

André Prado usou a tribuna da Câmara após a leitura da denúncia do prefeito contra ele. O parlamentar afirmou que não vai se intimidar com o pedido de cassação de seu mandato, voltou a reiterar sua fala contra Rafael Simões. Também disse que tem imunidade parlamentar e que sua função é fiscalizar.

A Câmara Municipal deve analisar o pedido do prefeito para levar à apreciação dos demais vereadores nas próximas sessões ordinárias.


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