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Pouso-alegrense vai a 5º Mundial como técnico da Seleção Brasileira de Ultramaratonistas

Magson Gomes / 10 setembro 2018

Mariano Moraes, que descobriu Giovani dos Santos e transformou um servente de pedreiro em ultramaratonista, esteve na Croácia com a seleção no Mundial de 100km.

O pouso-alegrense Mariano Moraes tem mais um mundial de ultramaratona no currículo. Reconhecido como um dos melhores preparadores de atletas para provas longas, Mariano esteve na Croácia neste final de semana para o 30º Campeonato Mundial de 100 km. Com a maior delegação da história da prova, a Seleção Brasileira levou 17 atletas (oito homens e nove mulheres).

A prova foi disputada neste sábado (08), na cidade de Sveti Martin na Muri e reuniu 700 atletas de 41 países. A competição teve a primeira volta disputada num percurso de 2,5 km. Depois, os corredores deram 13 voltas num circuito de 7,5 km.

Os atletas Luiza Tobar, de Campinas (SP), e Felipe Costa, de Tubarão (SC), foram os brasileiros mais bem colocados. Luiza completou o percurso na 29ª colocação, com o tempo de 8:23:20, enquanto Felipe precisou de 7:19:11 para terminar a prova.

Mariano, descobrir de talentos

Mariano Moraes tem 54 anos e esse foi o 5º mundial que foi como técnico e treinador da Seleção Brasileira. Mariano começou e ainda treina atletas amadores de Pouso Alegre e região. Já descobriu vários campeões. Um deles é o Geovani dos Santos, que foi treinado por Mariano até 2009, quando o corredor foi para a equipe Pé de Vento.

O treinador lembra que Giovani foi servir o Exército em Pouso Alegre e um amigo em comum o apresentou ao Mariano pedindo para dar um treino para o rapaz. “Eu costumo brincar, pelo menos uma vez eu ganhei do Giovani. Foi esse dia que fiz esse treino com ele”.

Mas foi transformando o servente de pedreiro Eduardo Calixto, de Santa Rita do Sapucaí, em um ultramaratonista campeão que Mariano ganhou destaque.

Mariano (primeiro na foto) enquanto seguia para o aeroporto rumo à Croácia. (Foto: Ascom CBAt)

“Quem me ajudou mesmo foi o Calixto. Ele serviu de cobaia (risos). Dalí para frente trabalhei com vários atletas. Tem o bicampeão da Ultramaratona dos Anjos, de 235 km. Tenho o próprio Calixto que tem dois títulos comigo na BR-135 (217km) e o Cléber Felipe também bicampeão da BR-135 também. Tem a Adriana Domingues, de Cambuí, que hoje é a 6ª melhor maratonista do Brasil, que treina comigo desde que começou, em 2012. Tem o Gabriel Vitor, de Careaçu que está surgindo para o mundo das maratonas e está vindo muito forte. E outros atletas a nível de Brasil”, conta Mariando Moraes.

Como treinador e técnico da Seleção, Mariano participou de mundiais no Catar, Holanda, Portugal, Espanha e agora Croácia. Mas também já esteve em provas no Marrocos, Abu Dhabi, África do Sul, Estados Unidos e Chile.

Mariano é presidente da equipe REVEZA, que descobre talentos para as corridas. Um dos atletas ainda amadores treinados pelo técnico é o jovem Denílson Rodrigues, que recentemente venceu a prova de 12 horas, em Campinas (SP).

Mais sobre o Mundial na Croácia

Por equipes, o Brasil ficou em 13º lugar feminino e em 14º no masculino. A competição foi considerada “extremamente difícil”, com uma altimetria de 643 metros, com subidas e descidas, além do “clima quente e seco”, comentou Oscar Francisco Prisco, o Susso, chefe da delegação e consultor da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

“Nossa equipe estava bem preparada e deu o seu melhor. Todos os países sofreram com o percurso, e parece que também vêm investindo no desenvolvimento da ultramaratona, assim como nós”, disse. “Contamos com muitos atletas novos, que competiram pela primeira vez em um Mundial, e fizeram a primeira viagem ao exterior”, prosseguiu.

A seleção do Japão dominou o Mundial, vencendo no masculino e no feminino. A África do Sul ficou em segundo lugar nas duas categorias.


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