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Proibição de fogos de artifício é discutida em Pouso Alegre

Objetivo é evitar danos às pessoas e aos animais. Voluntários e ONGs querem aprovação da proposta e relatam casos de animais que morreram durante queima de fogos.

Os fogos de artifício são sinônimo de festa e alegria para muitas pessoas. É um comício aqui, uma festa religiosa ali, uma comemoração de um resultado no futebol do outro lado, sem falar nas festas de fim de ano. O barulho dos fogos invade quintais, casas e apartamentos. E quem não gosta nem um pouquinho desse som são os animais de estimação.

Mas soltar fogos de artifício em Pouso Alegre com barulho pode estar com os dias contados. Se for aprovado e sancionado o Projeto de Lei nº 7409/2018, de autoria do vereador Luiz Antônio Campanha (PROS), ficará “proibido queimar fogos de artifício, bombas, morteiros, busca-pés e demais fogos ruidosos no Município de Pouso Alegre, abrangendo os espaços públicos e privados, com exceção de fogos de vista, com ausência de estampido”.

Na justificativa, o vereador diz que objetivo é proteger as pessoas do som alto dos estampidos provocados pela soltura de fogos de artifícios ou explosivos, resguardando os direitos dos cidadãos. “Além de também atender muitas reivindicações da população, principalmente de pessoas idosas, e inúmeros proprietários e protetores de cães, gatos e aves em nossa cidade, que nos relatam o comportamento de seus animais que ficam em pânico, estressados, desorientados, perdidos, e correm riscos de se machucarem, de serem atropelados e mortos em ocasiões onde são utilizados os fogos de artifícios sonoros”.

A proposta do vereador não é pioneira. Em janeiro do ano passado, a Câmara de Campinas aprovou e o prefeito sancionou a lei que proíbe a queima de fogos na cidade.

Protetores relatam sofrimento e mortes de animais durante queima de fogos

Alguns voluntários da causa animal e representantes de ONGs estiveram na Câmara Municipal para demonstrar apoio na aprovação do projeto. A proposta estava na pauta de votações da semana passada, mas foi retirada antes se ser apreciada e deve voltar à pauta nas próximas semanas.

Carla Viviane Fernandes de Souza representa a ONG SOS Bichos. Ela diz que o projeto é necessário porque preserva vidas. “Quem lida com proteção animal sabe, todos os dias, em todos os eventos que tem costume de soltar fogos e os animais são muito prejudicados. Os animais ouvem num volume muito mais alto que a gente. Para eles é uma situação de desespero, não conseguem fugir, se esconder”.

A voluntária Lourdes Benedetto também defende a proibição dos fogos com barulho para proteger os idosos, crianças, pessoas doentes e os animais. Ela lembra de casos em que cães morreram porque pularam de um local alto ou que atravessaram a rua em desespero e foram atropelados. Há casos de animais que sofrem parada cardíaca.

Cão morreu ao ter um ataque cardíaco devido aos fogos de artifício. (Foto: Arquivo pessoal)

“Odeio fogos de artifício, nunca pensei que fosse perder você por causa disso. Passei uma parte da manhã com você no colo, protegendo do barulho, liguei a TV no último volume, liguei o ar condicionado para abafar o som, mas infelizmente te perdi do mesmo jeito. Tão amoroso e companheiro, te amarei para sempre. Estou inconformada e com muito ódio”, escreveu Chris Liriane no Facebook ao relatar a morte de seu cachorro no fim do ano passado.

Carla Viviane diz que os protetores vão buscar sensibilizar os vereadores para aprovarem o Projeto de Lei 7409/2018 Pelo que Terra do Mandu apurou, a proposta não foi votada na sessão da semana passada porque seria rejeitada. Então, o projeto foi retirado da pauta para ser novamente discutido e voltar noutra sessão.

“A maioria das pessoas não enxergam os animais. E a gente quer sensibiliza-los que os animais sofrem muito com isso. Nenhum espetáculo, nenhum entretenimento vale o sofrimento dos animais e das pessoas que vivem com os animais. Nós que temos vários animais em casa não podemos sair em datas comemorativas porque a gente teme pela vida dos nossos animais”, afirma Carla.


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