Polícia

Filho suspeito de matar enfermeira, já era investigado pela morte do pai

Magson Gomes / 11 maio 2018

Morte do pai, Clayton Ramalho, foi em Borda da Mata, Sul de Minas, e ocorreu há 6 meses. Promotor de justiça diz que há motivos para suspeitar que a causa da morte não foi natural. Em depoimento, a mãe já havia dito que tinha medo de ficar na companhia do filho.

O jovem suspeito de matar a mãe em Peruíbe (SP), já estava sendo investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais pela morte do pai dele, ocorrida em novembro de 2017, em Borda da Mata, no Sul de Minas. De acordo com o promotor de justiça, Sérgio Brito Ferreira, há indícios da presença do jovem na cena do crime, onde Clayton Ramalho, de 42 anos, faleceu. “Há motivos para suspeitar que a causa da morte não foi natural. Outras diligencias precisam ser feitas para elucidar o caso, por isso o procedimento ainda está aberto”, afirma o promotor.

O jovem, hoje com 18 anos, foi preso em flagrante nesta quinta-feira (10) por suspeita de ter matado a mãe. O crime ocorreu em Peruíbe, litoral de São Paulo. A Polícia Militar encontrou a enfermeira Priscila Coral Ramalho, de 38 anos, ainda com vida, mas ela faleceu momentos depois numa Unidade de Pronto Atendimento. Priscila é de Pouso Alegre, Sul de Minas, e trabalhava na cidade paulista como coordenadora técnica do SAMU. O filho dela apresentava arranhões no corpo e entrou em contradições ao tentar se explicar. O jovem tem problemas com drogas.

O corpo de Priscila será sepultado em Pouso Alegre neste sábado (12).

Priscila

A morte da enfermeira gerou comoção em Peruíbe e em Pouso Alegre. (foto: reprodução facebook)

Em depoimento ao MP sobre a morte do ex-marido, Priscila já havia tido que tinha medo de ficar na companhia do filho

O promotor de justiça lembra que a causa da morte do comerciante Clayton Ramalho foi dada como de causas naturais. Mas após questionamento da família da vítima, o MP solicitou a exumação do corpo e passou a presidir o procedimento de ato infracional contra o menor.

“A mãe[Priscila] havia dito, durante depoimento, que tinha certeza que o próprio filho matou o pai. E disse que se sentia ameaçada na companhia do filho”, conta o promotor.

O promotor disse que ficou sabendo do fato em Peruíbe na manhã desta sexta-feira e que vai encaminhar cópia do procedimento aberto em Borda da Mata para a polícia paulista. “O modo de que tudo ocorreu lá, poderá ajudar a elucidar o caso aqui”.

Clayton

Ministério Público investiga a morte do comerciante. (Foto: arquivo familiar)

O Ministério Público já havia pedido novas diligências e não concluídas. O promotor afirma que elementos que ajudariam esclarecer a morte não foram colhidos na cena.

O ex-cunhado de Priscila, irmão do pai do jovem, fala que a morte da enfermeira foi uma tragédia anunciada.

A reportagem do Terra do Mandu também falou com o irmão de Clayton e ex-cunhado da enfermeira Priscila, Wellington Ramalho. Para ele, a morte da enfermeira poderia ter sido evitada. “Foi uma tragédia anunciada”.

Wellington lembra que o irmão foi encontrado morto dentro da própria casa no dia 1º de novembro do ano passado. Na ocasião, a morte foi considerada de causas naturais. Porém, o irmão da vítima afirma que havia sinais de violência pela casa e no corpo de Clayton. Mas não teria sido feita perícia no local.

Clayton e Priscila estavam separados. O filho morava com Priscila em Peruíbe. Mas a mãe reclamou da agressividade do jovem e pediu que ele ficasse com o pai, em Borda da Mata. O irmão lembra que Clayton já estava com outra companheira e tinha uma filha ainda bebê. Por causa da agressividade do jovem, a madrasta saiu de casa. Ficaram filho e pai sozinhos. Dois dias depois, o comerciante foi encontrado morto dentro do quarto.

Ainda segundo o irmão da vítima, o delegado já tinha marcado para interrogar o jovem, mas antes disso, o sobrinho foi internado por parte da família numa clínica de recuperação para dependentes químicos. Nessa semana, o jovem saiu da clínica e voltou para a casa da mãe, em Peruíbe. Agora está preso, suspeito de matar a mãe.


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