Pouso Alegre

Professores fazem protesto e prometem greve por reajuste de salário

Magson Gomes / 04 abril 2018

Profissionais da educação pedem 14%, contra oferta de 2,8% do executivo municipal.

Em campanha por reajuste salarial, professores da rede municipal de educação de Pouso Alegre, Sul de Minas, protestaram nesta terça-feira (03). Durante o dia, eles paralisaram as atividades na maioria das escolas e, à noite, foram à Câmara Municipal com cartazes e faixas manifestar pelo reajuste de salário e pedir realização de concurso público para a educação. Veja vídeo abaixo.

A prefeitura ofereceu um reajuste de 2,8%, mas a categoria reivindica 14% e alega que esse percentual é necessário para equiparar ao valor do Piso Nacional dos professores. O salário dos professores em Pouso Alegre é de R$ 2.165,58. O Piso Nacional, aprovado por lei federal, é de R$ 2.455,35.

A presidente do Sindicato dos Profissionais do Magistério (Sipromag), Dulcineia Costa, explica que foram realizadas três assembleias par a discutir a proposta enviada pelo prefeito Rafael Simões (PSDB) e a oferta de 2,8% não foi aceita. “Nós estamos em estado de greve. Vamos continuar vindo na Câmara. Se necessário, dar abertura a greve a qualquer momento se não houver acordo entre o poder executivo e a categoria”, afirma a presidente do Sipromag que ainda completou que aguarda a nova proposta que será apresentada aos professores.

O Sipromag também cobra realização de concurso público para a área da educação. Atualmente, a prefeitura de Pouso Alegre tem mais de 450 profissionais da educação contratados sem concurso público.

Professores se irritam com fala de vereador

Os professores acompanharam os discursos de cada vereador, menos de Adriano da Farmácia (PR). É que o parlamentar já iniciou sua fala alegando que os professores de Pouso Alegre recebem o valor justo, se comparando com o Piso Nacional da categoria, já que aqui a carga horária é de 24 horas e o nacional é de 40 horas. Neste momento, os professores se retiraram do auditório e só retornaram após a fala de Adriano da Farmácia.

“O piso iniciou [aqui em Pouso Alegre] para 24 horas, o concurso é para 24 horas e não tem porque fracionar a carga horária do professor neste momento e dizer que o professor vale apenas R$ 1.400. Isso é inadmissível”, rebateu a presidente do Sipromag.

Segundo o presidente da Câmara de Vereadores, Leandro Morais (PPS), na próxima sexta-feira, dia 6, acontecerá uma reunião na Câmara para juntar os sindicatos dos servidores municipais e da educação, o poder executivo e os vereadores para debaterem os reajustes do funcionalismo municipal. A data base de reajuste da educação é janeiro, ou seja, há um atraso de três meses sem aprovação. Já o reajuste dos demais servidores públicos municipais é para abril de cada ano.

Nota de esclarecimento da prefeitura

A Secretaria Municipal de Educação, através da Assessoria de Comunicação, enviou uma nota de esclarecimento onde informa que a paralisação dos professores realizada na terça-feira não afetou o dia letivo. Na nota, o executivo ainda explica que os professores do município recebem, proporcionalmente, salário superior ao Piso Nacional.

Veja a nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Secretaria Municipal de Educação esclarece que apenas 24% dos professores da rede não compareceram às unidades de ensino. O andamento das aulas não foi afetado e o dia 03 de abril é considerado dia letivo. As aulas seguem normalmente nas escolas municipais de Pouso Alegre.

Sobre o reajuste

O percentual de 2,8% oferecido aos servidores da Educação Municipal é superior ao índice inflacionário dos últimos 12 meses, que corresponde a 2,07%.

O piso salarial nacional dos professores que trabalham 40 horas semanais corresponde a R$ 2.455,00.

Hoje, os professores da rede municipal recebem R$ 2.165,54 por uma jornada de 24 horas semanais. Ou seja, o atual piso municipal do magistério é, proporcionalmente, 47% superior ao piso nacional.


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