ONG afirma que aumentou o número de animais soltos nas ruas de Pouso Alegre

Magson Gomes / 22 maio 2017

Terra do Mandu conversou com homem que corre o risco de perder uma das pernas após acidente na Av. Dique I.

Nos últimos dias, em menos de um mês, foram dois acidentes envolvendo carros e cavalos soltos em avenidas de Pouso Alegre. Em ambos os casos, os animais tiveram que ser sacrificados. Os motoristas dos carros tiveram prejuízos materiais, além do susto.

Carro do psicólogo logo após atropelar um cavalo na Dique I

Uma das vítimas, o psicólogo Daniel de Almeida Santiago, postou em sua página na rede social após o acidente no último dia 25 de abril. “Depois de um dia inteiro de trabalho atropelo um cavalo na volta para casa. E uma vergonha pois todos sabem da presença de animais na Dique 1 e ninguém toma providências. Poderia estar morto nesse momento e me tornaria parte da estatística”, reclamou Daniel. Parabéns as autoridades e muito obrigado pela consideração com nossa segurança.

Duas semanas depois um novo acidente, dessa vez na Dique II. O ex-vereador Hélio da Van, ligado à causa animal, foi chamado por pessoas que passavam pelo local. Ele lamenta a falta de políticas públicas para retirar os animais das ruas,  ou o serviço de regulamentação do uso das carroças que ele tentou implantar, enquanto esteve na Câmara Municipal.

Cavalo morre atropelado por carro na Av. Dique II

“Nós tentamos fazer o projeto de lei que, ao menos, regulamentasse através de microchip e emplacamento de carroças, para ter esse controle e saber quem é o dono do animal”, lembra o ex-vereador que enfrentou resistência de movimentos contrários.

ONG afirma que problema tem aumentado

Para a presidente da ONG Voluntários da Pata, Alessandra Soares de Souza, o problema de animais soltos nas ruas de Pouso Alegre tem aumentado. Isso é comprovado, além do que é visto nas vias públicas, pela quantidade de pedidos que recebem na ONG para tomar alguma providência. “Mas nós não temos muito o que fazer. É chamar a Guarda Municipal e pedir a apreensão do animal ou só tirá-lo do meio da rua”, conta Alessandra.

Alessandra afirma também que é preciso que os donos dos animais sejam conscientizados do problema e que o poder público tome providências.

Soldador já passou por mais de 20 cirurgias nas pernas

O soldador Leandro Nogueira, de 43 anos, vive um drama. Ele não teve, o que seria, a mesma sorte dos motoristas dos acidentes relatados acima.

Em 2014 ele estava de moto voltando para casa quando se envolveu em um acidente na Avenida Dique I. Leandro está de cama desde então. Já passou por mais de 20 cirurgias nas duas pernas e ainda precisa de novos procedimentos. Mas sabe que ficarão sequelas, por mais que consiga se recuperar evitar a amputação de uma das pernas.

“Acabou com minha vida. Perdi perspectiva da minha vida. Meu filho faz tratamento psicológico porque vê o pai na cama e não sabe quando o pai vai sair da cama”, lamenta o soldador que, em seguida afirma que está na luta.

Leandro conta como foi o acidente:

Lei contra animais soltos

Existe uma lei municipal para punir as pessoas que deixam animais soltos em vias públicas. Após a prefeitura fazer a apreensão do animal, o dono tem 120 horas para requerer seu cavalo, mediante pagamento de multa de R$ 200 reais. Esse valor pode triplicar em caso de reincidência.

O vereador Bruno Dias apresentou, e foi aprovada, uma alteração na lei para torna-la mais severa. O tempo para o dono pegar o animal de volta será de 96 horas após a apreensão e também passará a ser contada multa diária, como em casos de carros apreendidos e levados para pátios credenciados.

O OUTRO LADO

Tentamos saber na prefeitura como está o serviço de apreensão dos animais soltos em vias públicas. Mas, até o fechamento dessa reportagem não obtivemos retorno.

FLAGRANTE:

Nossa reportagem flagrou cavalos no canteiro central da Avenida Moisés Lopes. Veja nas imagens abaixo eles revirando lixo e depois saem andando entre carros.

 

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