A cada três dias um homem é detido por agredir a companheira. Apenas no mês passado, 31 inquéritos foram abertos. Os dados são da Delegacia da Mulher na cidade.

A luta das mulheres na busca pelo respeito, pela igualdade de oportunidades, reconhecimento profissional e salarial já tem mais de um século. após tantos anos, os avanços ainda são tímidos. No que se refere ao respeito, que a falta dele gera violência, dados da Delegacia da Mulher em Pouso Alegre mostram que a situação ainda é muito grave. Os casos de violência contra a mulher que estão sendo investigados na cidade aumentaram em 45% se comparado com os dados de dois anos atrás. Em 2015 eram 279 inquéritos abertos. Agora em 2017 tem 402 inquéritos em andamento. Em fevereiro desse ano 31 inquéritos foram abertos para investigar crimes contra a mulher.

A delegada da mulher na Delegacia de Policia Civil em Pouso Alegre, Lucila de Gois Vasconcelos, acredita que o aumento no número de casos tem a ver não só com o crescimento populacional da cidade, mas também porque as vítimas estão buscamos mais ajuda. “As mulheres estão mais esclarecidas. Sabem que tem mais apoio na delegacia, caso nos procure”.

A média é de 30 casos por mês. A cada três dias um agressor é detido em Pouso Alegre sob a acusação de violência contra a companheira. São crimes de agressão física, agressão psicológica, com ameaça e crimes que configuram como calúnia, injúria ou difamação.

De acordo com a delegada, as vítimas costumam fazer a denúncia depois de sofrer agressões várias vezes, quase nunca é após a primeira agressão. Lucila afirma que um grande problema é que tem mulheres que manifestam o desejo de processar o agressor, mas depois retiram a queixa, nos casos em que isso é possível. “Daí nós ficamos impossibilitados de investigar”, afirma a delegada.

Na região

Dados da Polícia Civil apontam que em 2015 foram 4.901 registros de violência contra a mulher na área da 17ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), que tem sede em Pouso Alegre e abrange mais 71 cidades. No ano passado o número de registros foi de 5.222 casos. Mesmo diante desses números alarmantes, o Sul de Minas é considerada uma das regiões com menos relatos desse tipo de violência em Minas Gerais, ficando atrás das regiões de Juiz de Fora, grande BH e Montes Claros. Porém, essas regiões que estão na frente têm população superior a do Sul de Minas.