Pouso Alegre

Alunos de escola pública de Pouso Alegre estão na final da Olímpiada Internacional de Matemática

Alunos da Escola Estadual Presidente Bernardes estudam nas férias para disputar a final da Olímpiada Internacional Matemática Sem Fronteiras, na Tailândia.

Nayara Andery / 29 janeiro 2025

Dez alunos da Escola Estadual Presidente Bernardes vão disputar a final da Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras, em Bangkok, capital da Tailândia. A competição será de 22 a 26 de fevereiro. As férias deles têm sido na sala de aula.

O diretor Taylor Andrade salienta que o Presidente Bernardes é uma das duas escolas de Minas Gerais selecionadas para a competição. A viagem será em 18 de fevereiro e eles chegam a Bangkok no dia 20.

Eles representam o Brasil, na final. O governo estadual vai arcar com cerca de R$ 300 mil para custos da viagem. O grupo tem alunos que concluíram o 2º e 3º ano do Ensino Médio, destaques na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP) 2024. Entre eles, Nathan dos Santos, que trouxe a única medalha de bronze nível 3 para Pouso Alegre.

A turma de feras tem quatro alunos aprovados no Instituto Federal, um em Matemática e três em Engenharia Civil. Eles incluem Victória Dias (Engenharia Civil) e Emanuel Lucas dos Santos (Engenharia Mecânica) aprovados na Universidade Federal de Itajubá (Unifei).

O professor de matemática, Diego Xavier, celebra ao destaque dos alunos ao representar a escola pública na competição internacional. “É uma guerra com gigantes, tem muitas escolas militares e particulares disputando.”

Ele orienta a rotina de estudos, relembra matérias e tira dúvidas. O professor atribui a vaga na final ao esforço dos alunos, que participam das aulas e dos estudos extracurriculares, além da parceria com a escola e o estado.

O grupo teve aulas cinco dias por semana em dezembro, sempre na escola. Em janeiro a rotina se intercala entre dias com mais de dez horas de aula presenciais e os dias com aulas virtuais.

Vitória aprova o intensivo nas férias. “É uma prova com uma dificuldade maior, mas o que facilita é sermos um grupo grande. A gente acaba se ajudando, se divide em grupos para juntar conhecimentos. Acho que quando a gente une tudo que tem de bagagem acaba tendo um bom resultado.”

Matemática é um conhecimento presente no dia-a-dia, seja em aulas, compras de casa até a gestão de empresas e poder público. Apesar disso, há o tabu que a matemática é um ‘bicho de sete cabeças’, algo difícil de entender. Essa turma de estudantes prova o contrário.

A Matemática sem Fronteiras abre duas oportunidades inéditas para esses estudantes. A primeira já conquistaram, que é colocar a escola onde estudam na final e destacar a escola pública.

A segunda vai se concretizar em fevereiro, quando todos esses alunos embarcam pela primeira vez em uma viagem internacional. O objetivo é trazer o ouro, mas a vaga na final representa muito mais para eles.

Emanuel já pesquisou a cultura tailandesa, gastronomia e religião. “Quando falou que tinha essa chance todo mundo brincou que nunca a gente vai conseguir. E hoje estamos aqui, com esse desempenho para a gente chegar lá e conquistar uma medalha de ouro.”

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