A única ponte pênsil construída em Minas Gerais foi reaberta para a passagem de veículos. A estrutura fica sobre o rio Sapucaí, e liga os municípios de São Gonçalo do Sapucaí a Turvolândia, no Sul de Minas.
A ponte metálica, como também é conhecida, estava fechada desde maio desse ano para reforma. O serviço foi realizado pelas prefeituras dos dois municípios.
Essa é uma das poucas pontes pênseis para tráfego de veículos no Brasil. De acordo com a prefeitura de São Gonçalo do Sapucaí e conforme pesquisa em site especializados, existem apenas quatro estruturas desse tipo no país.
Além dessa no Sul de Minas, as outras estão em Florianópolis (SC), São Vicente (SP) e Itumbiara (GO). A mineira e a goiana tem o mesmo nome do ex-presidente Afonso Pena. Ambas foram construídas no início do século XX.
A ponte Afonso Pena sobre o Rio Sapucaí foi inaugurada em 8 de outubro de 1915. A estrutura metálica veio da Alemanha.
Veja histórico enviado pela prefeitura de São Gonçalo do Sapucaí
A Ponte Afonso Pena, conhecida popularmente como Ponte Metálica ou Pênsil, é um marco histórico na região do Sul de Minas, ligando os municípios de São Gonçalo do Sapucaí e Turvolândia sobre o Rio Sapucaí.
Seus fundamentos remontam ao início do século XX. A construção da ponte, com estrutura metálica importada da Alemanha, foi iniciada por volta de 1905 e inaugurada em 1915, de acordo com o jornal “A NOITE” do dia 8 de outubro de 1915. Segundo o dossiê de tombamento a estrutura foi supostamente uma doação do governo alemão ao Brasil, buscando estreitar relações, e chegou primeiro ao Rio de Janeiro antes de ser transportada, parte de barco a vapor pelo Rio Sapucaí e o restante por jangadas, até o local de montagem.
O nome oficial homenageia Afonso Pena (Presidente da República falecido em 1909), evidenciando sua importância no contexto da política e desenvolvimento da época. Sua instalação contou com a vinda de técnicos alemães, o que refuta a lenda de que a ponte teria sido trazida “por engano” devido à sua grandiosidade e complexidade de engenharia.
Construída no estilo pênsil, a ponte era vital para a comunicação e o escoamento da produção, beneficiando, inclusive, atividades como a mineração de ouro na região. Sua base é notável, feita de peças maciças de pedra de granito trabalhadas à mão, e o ancoramento dos cabos de aço revela um trabalho de engenharia engenhoso, utilizando grutas de pedra e túneis perfurados na rocha nas suas cabeceiras.
A Ponte Pênsil Afonso Pena foi tombada pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Histórico e Artístico Municipal de São Gonçalo do Sapucaí, sendo um símbolo de sua história e engenharia pioneira.
Detalhes da Engenharia da Ponte Pênsil
A Ponte Afonso Pena, popularmente conhecida como Ponte Metálica, é um notável exemplar de engenharia pênsil (ou suspensa) do início do século XX no Brasil, suas características são:
Estrutura Metálica Principal (Cabos): A ponte é sustentada por dezoito cabos de aço maciços ao longo de seus 132 metros de extensão. A engenharia da época era impressionante, pois cada um desses cabos pesava cerca de uma tonelada, demonstrando a robustez necessária para suportar o tráfego da época sobre o Rio Sapucaí.
Tabuleiros: O tabuleiro feito de madeira.
A Ancoragem Genial: O aspecto mais engenhoso da Ponte Afonso Pena é o seu sistema de ancoragem, que é o ponto onde os cabos principais são fixados ao solo para garantir a estabilidade da estrutura:
Lado Turvolândia: O ancoramento dos cabos é feito em duas grandes grutas de pedra, que foram engenhosamente esculpidas para receber e fixar a tensão dos cabos.
Lado São Gonçalo do Sapucaí: O sistema é igualmente complexo, utilizando dois poços e dois túneis perfurados em uma grande rocha natural existente no local.
A Base em Granito: As cabeceiras da ponte, que formam a base das torres de sustentação, são feitas de maciças peças de pedra de granito. Esse trabalho em alvenaria foi trabalhado à mão, reforçando a imponência e durabilidade da obra, que resiste por mais de um século.
Essa complexidade de engenharia, que incluiu a vinda de técnicos alemães para a montagem, confirma que a ponte era uma obra de grande porte e importância, contrastando com a lenda local de que a estrutura teria chegado ao Brasil por engano.

