Primeiro transplante de coração é realizado no Complexo Hospitalar Samuel Libânio

Paciente de Três Corações estava internado no hospital há seis meses, aguardando o transplante. Cirurgia durou sete horas.

Magson Gomes / 31 outubro 2025



Primeiro transplante de coração é realizado no Complexo Hospitalar Samuel Libânio. Foto: divulgação CHSL

O Complexo Hospitalar Samuel Libânio (CHSL) realizou o primeiro transplante de coração em Pouso Alegre, Sul de Minas. O procedimento ocorreu na quarta-feira (29/10), tornando-se um marco histórico na instituição centenária.

O Samuel Libânio foi autorizado pelo Ministério da Saúde em fevereiro desde ano a realizar transplantes cardíacos. Além de Pouso Alegre, cirurgias cardiovasculares são realizadas em Belo Horizonte (três equipes) e Itajubá.

O procedimento em Pouso Alegre foi comandado pelo cirurgião cardiovascular Alexandre Ciappina Hueb. “Foi um dia muito especial para todo Complexo Hospitalar Samuel Libânio, porque nós tivemos a oportunidade de mudar a história de vida de um paciente que está conosco há seis meses, tempo que ele ficou internado, privado de ficar com sua família por conta da necessidade de drogas que o mantinham vivo”, afirma dr. Alexandre Hueb.

A hospital não informou o nome do doador. O coração veio de um paciente que “doou todos os órgãos do seu corpo, os rins, o fígado, coração, as córneas beneficiando muitas pessoas e propiciando este primeiro transplante”, conta o cirurgião cardiovascular.

O paciente que recebeu o transplante é natural de Três Corações. O Terra do Mandu apurou que ele é Edmilson Feliciano dos Santos. Em junho, Edmilson apareceu na matéria aqui no site com o título ‘Pai internado à espera de transplante cardíaco conhece filha de 17 dias em hospital’.

Todo o procedimento durou quase 30 horas

De acordo com informações divulgadas pela assessoria de imprensa, o transplante durou sete horas. Mas, considerando todas as etapas que envolveram a retirada do órgão do doador até a finalização da cirurgia no paciente receptor foram 28 horas das equipes trabalhando.

Dr. Hueb fala da complexidade do procedimento cirúrgico. “Retirar o coração de um paciente com insuficiência cardíaca e fazer o implante de um outro coração de uma outra pessoa é muito difícil. Então é um procedimento que precisa de uma larga experiência da equipe cirúrgica. A energia vital para que o procedimento tenha sucesso é imensurável. As pessoas da minha equipe, eu elenco toda a cardiologia, todos os cirurgiões cardíacos, toda a equipe assistencial entregou a vida a cuidar de pessoas. Isso faz com que nós nos sintamos bem, porque sabemos que com esse procedimento nós podemos mudar a história de vida de uma pessoa jovem. É gratificante, do ponto de vista é emocional, é rejuvenescedor para nós e é uma energia vital muito grande, então a gente se sente muito bem”, afirma emocionado.

Ainda de acordo com informações do médico, a evolução pós-operatória já no segundo dia está maravilhosa. Edmilson está com pressão estável e se alimenta sozinho.

Ele segue internado no hospital “até que aquelas medicações imunossupressoras estejam ajeitadas e aí sim vamos liberar para que ele possa voltar para casa, voltar para a esposa, para a filha que é recém-nascida, para voltar a trabalhar, porque ele é muito jovem. Estamos muito felizes”, informa dr. Hueb.

A realização do primeiro transplante cardíaco envolveu dezenas de profissionais do CHSL. Desde as pessoas que cuidaram do paciente nesses últimos seis meses ao momento da cirurgia.

“Eu atribuo o sucesso que nós tivemos com esse primeiro transplante à união de todas as pessoas. Se nós tivéssemos uma dessas engrenagens que não fosse adequada, certamente nós não teríamos esse sucesso que tivemos”, ressalta dr. Hueb.

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