Uma microcirurgia rara de reconstrução nasal foi realizada no Complexo Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre, Sul de Minas. A paciente de 30 anos, que não teve a identidade divulgada, tem uma doença autoimune que causou a corrosão do nariz. Ela passou a usar máscaras para poder sair de casa e desejava passar pelo reconstrução.
O cirurgião plástico Carlos Gustavo Lemos Neves, presidente da Sociedade Brasileira de Microcirurgia Reconstrutiva, conheceu a paciente, que foi até o consultório dele em Goiânia (GO). Ele ofereceu a cirurgia e veio até Pouso Alegre, onde a paciente mora, para realizar o procedimento, juntamente com a equipe do CHSL. Os custos da cirurgia foram pagos pelo SUS.
O especialista em microcirurgia conversou com o Terra do Mandu e explica o caso. A cirurgia foi realizada no dia 18/9. Confira no vídeo acima!
A paciente passou por autotransplante, sem precisar retirar parte do próprio rosto para a reconstrução facial, o que evitou cicatrizes na região. A cirurgia teve a retirada de tecido com sistema circulatório do antebraço.
A operação durou 14 horas e foi usado um fio mais fino que um fio de cabelo, para reestabelecer a conexão dos vasos sanguíneos e evitar cicatrizes. O médico explica que a paciente terá que passar por mais cirurgias posteriormente.
A microcirurgia é usada para reconstruir partes do corpo com transplante de tecidos, nervos e vasos desde os anos 1970, mas ainda pouco difundida no Brasil. O cirurgião espera que cada vez mais a técnica seja usada, principalmente para beneficiar inúmeros pacientes no SUS.
O diretor técnico do Complexo Hospitalar Samuel Libânio, Saulo Gonçalves Lamas, conta que o hospital faz cirurgias de reconstrução cutânea na ala oncológica e em outros setores. A diferença é que esse foi o primeiro procedimento que precisou de microcirurgia, técnica rara no país. A parceria com o cirurgião Carlos surgiu após ele conhecer o hospital em 2024. A instituição tem investido em equipamentos e tecnologia de ponta e tem estrutura para atender casos de alta complexidade.