A vereadora de São Paulo, Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe da menina Isabella Nardoni que foi morta pelo pai e pela madrasta em 2008, se pronunciou nesta quarta-feira (13/8), sobre o caso de um áudio enviado por uma madrasta para uma mãe, com ameaças a uma criança de 7 anos de idade. O caso ganhou repercussão após a mãe buscar ajuda na internet, com medo para com a filha.
A família é de Pouso Alegre, no Sul de Minas. O Terra do Mandu conversou com a mãe na terça-feira (12/8), que explicou o motivo de ter divulgado o áudio nas redes sociais, e com o pai na quarta-feira (13/8), que nos procurou para dar sua versão e dizer que não foi conivente com as ameaças.
No áudio, a madrasta, mulher de 28 anos, além de xingar a menina de 7 anos, ainda fez ameaças de que tinha vontade de jogá-la da janela e que ainda iria no velório da menina, debochando da mãe dela. Nas redes sociais, muitas pessoas se revoltaram com a situação.
“Não deixe essa sua filhinha ridícula vim aqui na minha casa mais não, tá? Manda ela pra cá só no sábado e domingo, porque esse menina chata da por**, menina chata, ela é chata, chata, chata. Eu sempre quis dizer isso, ela é chata e insuportável. Eu tenho vontade, sabe do que? De jogar ela da janela. Cuidado, tá? Se não sai na ‘Tribuna’, garotinha caiu da janela. Ai, ai (risos) garotinha caiu da janela e eu ainda vou chorar lá no velório dela. Depois eu vou virar pra você e falar assim ó, eu que matei, matei sua filhinha, seu tesouro, menina feia, nojenta, mimada, credo”, diz a madrasta no áudio.
Mãe de Isabella Nardoni pede justiça
Ana Carolina Oliveira viveu algo parecido, mas com um desfecho trágico e triste. Em 2008, em um caso conhecido internacionalmente, Isabella Nardoni foi esganada e jogada do apartamento onde o pai – Alexandra Nardoni – morava com a madrasta da menina, Anna Carolina Jatobá.
A menina morreu na noite de 29 de março de 2008. Tinha cinco anos de idade. O pai e a madrasta foram presos acusados de jogar a menina pela janela do apartamento do prédio onde moravam na Zona Norte de São Paulo.
Depois de todo ocorrido, Ana Carolina Oliveira iniciou diversos trabalhos sociais para ajudar crianças e adolescentes. Um desses trabalhos será retratado em uma live no dia 26 de agosto, às 10h. Para se inscrever, basta clicar aqui. O projeto foi chamado pela vereadora por “Silêncio que Grita”.
Nesta quarta-feira, o caso do Sul de Minas chegou até a vereadora, que usou suas redes sociais para dar sua opinião e pedir justiça pela menina de 7 anos, ameaçada pela madrasta. Ana Carolina cita que a Justiça não pode deixar o caso impune, para que a menina venha a se tornar mais uma estatística.
“O que dizer para uma mulher dessa? O que dizer para uma madrasta que manda um áudio desse para uma mãe? Só dizer que é lamentável. E querida, deixa eu te explicar uma coisa: É opcional você arrumar um companheiro que tenha filhos. Se você não tem paciência com criança, se você não quer aceitar um filho de um relacionamento anterior, do seu atual companheiro, não faça. Você mandar um áudio desse pra uma mãe, é crueldade”, disse Ana Carolina.
“E ter autoridades que não acreditam neste áudio e que vão permitir que esta criança continue tendo acesso com essa pessoa, é pedir para que ela realmente vire uma estatística. Então nossa justiça, vamos ouvir as nossas crianças, vamos ouvir este áudio, pra que vocês realmente tomem uma posição, uma decisão, para que esta criança seja salva”, concluiu ela.
Polícia Civil investiga o caso
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (13/8), a Polícia Civil de Minas Gerais disse que está apurando o caso e que o procedimento está em andamento na unidade responsável, com a realização de oitivas, análise do material de áudio e de outros elementos de prova.
A nota diz ainda que o inquérito policial será concluído na maior brevidade possível e remetido ao Poder Judiciário para as providências cabíveis. Segundo a PCMG, mais informações serão divulgadas apenas após a finalização das investigações. Veja a nota na íntegra:
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que apura um caso envolvendo um áudio com supostas ameaças direcionadas a uma criança de 7 anos, divulgado recentemente nas redes sociais pela mãe da vítima. O registro indica que a gravação teria sido feita e enviada à mãe, em março deste ano, pela madrasta da criança, de 28 anos. O procedimento está em andamento na unidade responsável, com a realização de oitivas, análise do material de áudio e de outros elementos de prova. A PCMG ressalta que, na maior brevidade possível, o inquérito policial será concluído e remetido ao Poder Judiciário para as providências cabíveis. Mais informações serão divulgadas somente após a finalização das investigações”.
Conselho Tutelar acompanha situação
Também por meio de nota, o Conselho Tutelar disse que assim que recebeu a demanda, adotou todas as medidas cabíveis previstas em lei. O caso foi repassado para a Polícia Civil, ao Ministério Público e à rede intersetorial de proteção. O conselho tutelar disse ainda que foi garantida a proteção e segurança também da filha da madrasta, assegurando a proteção de ambas as crianças. Confira a nota do Conselho Tutelar, na íntegra: