Ícone do site Terra do Mandu – Notícias de Pouso Alegre e região

Moradores fazem obra por conta própria para canalizar córrego com esgoto no São Geraldo

Moradores iniciam obra por conta própria para canalizar córrego com esgoto no São Geraldo

Moradores fazem obra para canalizar por conta própria, o córrego que se mistura ao esgoto na Rua Sebastião Venâncio, no São Geraldo, em Pouso Alegre. O problema que eles passam devido ao esgoto a céu aberto foi denunciado em dezembro de 2024 pelo Terra do Mandu. A prefeitura alerta que isso pode aumentar o problema.

Na véspera do Natal, uma chuva fez o córrego subir. A água misturada ao esgoto invadiu casas. Como os moradores não viram a conclusão da obra iniciada pela prefeitura, eles contrataram maquinário e compraram manilhas para canalizar o córrego.

Maira Cristina, membro do Coletivo da Ponte pra Cá, que realiza a campanha conta que o local é regularizado. Ela mostra o IPTU e as contas de água e energia elétrica. “A desculpa é que aqui é irregular e por isso ninguém resolve. Então por isso precisamos de ajuda para fazer por conta própria.”

Os moradores Antônio da Silva Araújo e Cícero Eduardo da Silva falam que a população convive com o problema ambiental e de saúde pública. Cícero mora no bairro há 33 anos e lembra que essa situação sempre existiu. Antônio tem uma casa perto do córrego. “Esse córrego corre por mais de 1 mil metros, com esgoto. Ele cai no rio.”

O Terra do Mandu também encontrou lixo acumulado, pneu e entulhos nos diversos pontos por onde o córrego passa no bairro. O lixo despejado pela própria população agrava o problema, junto com o mato alto. Isso aumenta a contaminação e impede que a água do córrego escoe adequadamente.

Em Pouso Alegre, a responsabilidade sobre as águas pluviais é da prefeitura. Já o sistema de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto, são de responsabilidade da Copasa.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura e Copasa. As instituições responderam por meio de nota. Confira:

Resposta da Prefeitura

“A Prefeitura informa que uma equipe técnica já avaliou o local e constatou que se trata de uma obra complexa, que só pode ser realizada com a desapropriação de imóveis. Isso porque, ao longo dos anos, moradores aterraram as canalizações de escoamento de água e realizaram construções irregulares sobre elas, comprometendo a drenagem natural da área que já é complexa devido ao bairro ser abaixo do grade do rio. O processo de desapropriação já está sendo planejado.

Ressaltamos que qualquer intervenção feita por moradores, sem respaldo técnico, pode agravar a situação e causar mais alagamentos em outras residências, especialmente em períodos de chuva.

Reforçamos que obras devem ser conduzidas por profissionais técnicos e capacitados. Caso sejam identificados responsáveis por intervenções que causem danos a outras moradias, a Prefeitura tomará as medidas cabíveis.”

Resposta da Copasa

“A Copasa informa que a canalização de córregos não é de sua responsabilidade, sendo operada e mantida pela administração municipal, assim como o sistema de drenagem pluvial, destinado ao escoamento de águas da chuva. Esse sistema inclui sarjetas, bueiros, bocas de lobo e redes específicas para a captação da água das chuvas.

A Companhia esclarece que atua exclusivamente na operação e manutenção dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Na rua Sapucaí, no bairro São Geraldo, em Pouso Alegre, a Copasa é responsável pelas redes de distribuição de água e pela coleta e transporte de esgoto, que contam com estruturas como os poços de visita (PVs), utilizados para acesso e manutenção das redes de esgoto.

Em relação à cobrança pelos serviços de água e esgoto, a Companhia segue as normas da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (ARSAE-MG), responsável por definir os preços e as condições de prestação desses serviços no estado.

De acordo com a legislação vigente – Lei Federal nº 14.026/2020 e Lei Estadual nº 13.317/1999, quando há rede de esgoto disponível na rua e o imóvel não está conectado, poderá ser cobrada uma tarifa fixa, em função da disponibilidade da infraestrutura. A Companhia esclarece que está tarifação é cobrada em fatura e aplicada conforme o perfil de uso do imóvel (residencial, comercial, industrial ou público), e que os valores correspondentes podem ser consultados no site da Copasa www.copasa.com.br e a ARSAE-MG www.arsae.mg.gov.br.”

A Copasa reforça que a ligação à rede de esgoto é gratuita. Ela pode ser solicitada pelos canais de atendimento em copasa.com.br, Aplicativo Copasa Digital, WhatsApp (31) 99770 7000 e pelo 0800 0300 115 (que atende 24 horas).

Sair da versão mobile