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Com ajuda de guindaste, arara é resgatada a 35 metros de altura

Final feliz: Empresa cede guindaste para tutora resgatar arara a 35 metros de altura

O resgate da Arara Canindé que estava há dois dias em uma árvore há cerca de 35 metros de altura comoveu pessoas, em Pouso Alegre. A tutora contou que a ave Sérgio subiu na árvore no Jardim Aeroporto e não descia. Uma empresa cedeu um guindaste para ajudar no resgate, nesta quinta-feira (17/7).

Um dia antes (16/7), a tutora pediu ajuda aos bombeiros. Eles tentaram resgatar o animal duas vezes e viram que parecia não conseguir voar. Primeiro, usaram técnicas de arborismo. Depois retornaram, com mais equipamentos.

Nas duas tentativas a arara voou espontaneamente. Os militares concluíram que ela não sofria risco, voava com plena capacidade e não estaria ferida. Eles orientaram a tutora a acionar os bombeiros novamente se a arara se deslocasse para ponto de difícil acesso ou estivesse com sinais de debilidade.

O caso foi noticiado nesta quarta-feira, pelo Terra do Mandu. A funcionária da Acessar Equipamentos, Joice ficou comovida com a situação. Um vizinho da tutora foi até a empresa pedir ajuda. O caso comoveu a todos na empresa.

Cada diária de locação do guindaste equivale a R$ 5 mil. O proprietário da empresa soube do caso por Joice e ofertou a locação e equipe voluntariamente, sem nenhum custo.

Segundo a empresa, a tutora tem cerca de 70 anos e teria medo de altura. Ela enfrentou o medo para salvar a arara Sérgio. Um ato de amor pelo animal que ela cuida com tanto carinho. Os vídeos do resgate foram repassados pela Acessar ao Terra do Mandu.

A tutora sobe com a equipe no guindaste. Ela oferece alimento para a arara, acaricia e conversa a ave. “Que delícia. Tô com fome, mãe”, diz a tutora, que em seguida pega a arara na árvore.

Crianças que estão no pátio de uma escola, assistem toda a cena. Elas gritam de emoção ao ver o resgate e aplaudem.

“Te amo, te amo tanto. Você tava com saudade da mamãe? Vamos para casa. Obrigada, Senhor”, comemora a tutora com a arara no colo. O funcionário da Acessar, orienta quanto á segurança no guindaste. Quando eles retornam ao chão, são aplaudidos por pessoas que passavam pelo local e moradores.

Todo o trabalho envolveu seis funcionários, sendo quatro diretamente na operação do guindaste. Jonathan da Costa, fala que foi a primeira vez que ele trabalhou com o equipamento numa situação como essa.

“Ela (tutora) estava muito emocionada, é um amor bonito de se ver entre uma pessoa e um animal. Ela disse que subiria no local para ver, pegar a arara. Tinha que ser ela, pois a arara já estava acostumada.”

Quem operou o guindaste foi Ozias Claudino. Ele fala que o difícil do resgate é a arara não reconhecer alguém, senão a tutora.

“Os bombeiros tentaram resgatar e talvez, por ser estranho, não conseguiu. Arrumamos todos equipamentos de segurança para subir (com a tutora), capacete, cinto. De primeira, o Sérgio não a reconheceu, acho que pelo capacete. Ela tirou o capacete ir conversando com ele, até ela pegar ele, por ele reconhecer ela e ir resgatando.”

Amor pela arara e a apreensão do 1º voo

Janaína, a tutora, tem 43 anos e cria Sérgio, de 15 anos. Ela destaca que se preocupou por ter sido a 1ª vez que Sérgio voou e ainda ficou dois dias no alto da árvore, sem se alimentar.

Ela conta que mora em um sítio em SP onde cria Sérgio, gatos, cachorro, e um ganso. Ela tem casa no interior de Minas Gerais e veio visitar o filho, em Pouso Alegre. “Cheguei sábado (12/7) com Sérgio, meus gatos e cachorro.”

A história de amor também inclui liberdade. Janaína relatou que a ave vive livre no sítio. “Onde moro é cheio de árvores. Ele anda pela cozinha, sofá. Ele acorda chamando mamãe, pede pão. É muito amor envolvido.”

Ela Janaína explicou à reportagem que pela arara, enfrentou o medo de altura. “Subi chorando, mas enfrentei o medo, subi por amor. Foi o primeiro voo dele. Tanto é que ele voou e não sabia voltar.”

O resgate da Arara-Canindé, mostra a relação de afeto entre os dois. Depois de poder voltar a cuidar da ave, ela está aproveitando o tempo com a família, que também inclui os animais.

Tutora aciona Bombeiros para resgate de arara que estava ‘presa’ em árvore

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