Ícone do site Terra do Mandu – Notícias de Pouso Alegre e região

Latrocínio em Itajubá: Filha pesquisou na internet como matar e destruir provas

Polícia Civil de Itajubá

Filha é indiciada por matar a própria mãe e tentar carbonizar corpo para enganar a polícia em MG

Mariana Arlete Santana Bitencourt foi encontrada morta dentro de casa no dia 4 de maio, em Itajubá, no Sul de Minas. Nesta semana, a Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava a morte da idosa de 78 anos. Segundo o delegado responsável pelas investigações, o crime foi cometido pela filha da vítima, uma mulher de 53 anos.

Ela teria agido de forma premeditada. Quando encontrado, o corpo da idosa já em estado avançado de decomposição. Exames periciais no corpo e no local do crime, além de provas, comprovaram que a morte não era natural. A polícia então começou a trabalhar com a hipótese de latrocínio, roubo seguido de morte. E foi aí que chegaram até a filha, que tentou enganar os policiais.

A filha teria estudado todo o crime, iniciando um incêndio no local e preparando o corpo da mãe para que ele fosse carbonizado. Quando a polícia apreendeu o celular da filha, comprovou que ela apagou várias mensagens para tentar esconder o crime.

Mas, a investigação chegou a pesquisas que ela fez no celular, sobre possíveis incêndios em Itajubá, para ver se o plano dela tinha dado certo. Além disso, ela teria pesquisado “como carbonizar um corpo”, “como matar com clorofórmio”, “quanto tempo o clorofórmio leva para sair do corpo” e “em quantos dias a perícia detecta causa da morte”.

“A gente verificou que ela tinha apagado grande parte do conteúdo entre mensagens, já justamente para inviabilizar a coleta de provas e as investigações. Só que nós conseguimos acessar o histórico de pesquisa no Google. Dias antes dela ceifar a vida da mãe, ela pesquisou centena de vezes. Se ela desconhecia a morte da mãe, por que esse tipo de pesquisa? Isso só comprovou que ela efetivamente havia ceifado a vida da vítima e estava verificando se realmente o intento criminoso dela tinha atingido a finalidade que ela desejava”, relatou Rodrigo Megale Anderi, delegado responsável pelo inquérito.

A motivação do crime, segundo o delegado, é patrimonial. A filha teria furtado da mãe, R$42 mil reais em dinheiro, um veículo e um talão de cheque. A mulher ainda tentou trocar no banco, duas folhas de cheque que ela mesmo assinou e preencheu, como se fosse a mãe, após matá-la. Mas, o banco alegou fraude na assinatura.

Já o veículo, a mulher chegou a vender para um conhecido dela no estado de São Paulo. O homem buscou o carro dias após o crime, sem saber da má fé da mulher, segundo o delegado.

Mulher gastou herança e voltou querendo mais

O investigador da Polícia Civil, Cassio Poaini Marcelo, citou, na entrevista coletiva, que a mulher teria herdado uma herança do pai, que era promotor de justiça, quando saiu de casa anos atrás. Mas, ela retornou para morar com a mãe após gastar todo dinheiro e ficar sem nada.

A investigada teria gastado a herança em viagens e cirurgias plásticas. Ela voltou a morar com a mãe em fevereiro deste ano. O delegado disse que ela acreditava que era dever dos pais, sustentá-la.

“Na cabeça dela, como ela mesmo narrou pra gente na data da prisão, ela acreditava que os pais tinham o dever de sustentá-la por eles terem condições. A relação dela com a mãe sempre foi muito conflituosa e se agravou muito por causa dessa questão financeira”, revelou o delegado.

Apesar de negar a autoria do crime, ela admitiu ter se apossado do dinheiro e dos cheques, alegando que teriam sido entregues voluntariamente pela mãe. Ainda segundo a Polícia Civil, os demais familiares da vítima, como os irmãos da investigada, não têm envolvimento com o crime.

A investigada foi indiciada, ao fim das investigações, por Latrocínio e fraude processual. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva da filha, que foi acatada pela Justiça. A mulher está presa e aguarda julgamento.

Sair da versão mobile