Polícia Civil prende mulher que vendia atestados médicos falsos em Pouso Alegre

Prisão aconteceu em flagrante, pois a PCMG encontrou um atestado na casa da mulher, com a data do dia da operação. Documentos e formulários foram apreendidos.

Iago Almeida / 09 junho 2025
Polícia Civil prende mulher que vendia atestados médicos falsos em Pouso Alegre

Foto: PCMG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu uma mulher de 44 anos, suspeita de comercializar atestados médicos falsificados em Pouso Alegre, no Sul de Minas. A prisão aconteceu na última sexta-feira (6/6), na casa dela, na Rua Tenente Callai, no bairro Conjunto Habitacional Doutor Custódio Ribeiro de Miranda II, na região do bairro São Cristóvão.

Segundo a PCMG, a ação ocorreu durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pelo Poder Judiciário local. No imóvel da investigada, os policiais civis apreenderam grande quantidade de documentos falsificados, entre eles, formulários de atestados médicos com logotipos de hospitais, operadoras de convênios e prefeitura.

Polícia Civil prende mulher que vendia atestados médicos falsos em Pouso Alegre

Foto: PCMG

Também foram localizados um caderno com anotações de controle financeiro, detalhando os pagamentos realizados, e uma pasta sanfonada organizada por ordem alfabética contendo diversos formulários preenchidos.

Um atestado com data do dia da operação foi encontrado entre os materiais, o que motivou a prisão em flagrante. A investigada foi conduzida à unidade policial e permanece à disposição da Justiça. O material apreendido será submetido à perícia.

Polícia Civil prende mulher que vendia atestados médicos falsos em Pouso Alegre

Foto: PCMG

As investigações seguem em andamento para apuração completa dos fatos. O Terra do Mandu procurou a Prefeitura Municipal de Pouso Alegre e o Complexo Hospitalar Samuel Libânio, que tiveram as logos usadas nos atestados falsos. O hospital não retornou nosso contato.

Prefeitura diz que fez denúncia

A Prefeitura de Pouso Alegre disse que há cerca de três meses recebeu denúncias de empresas privadas, informando a recorrência de atestados médicos com características suspeitas, todos supostamente emitidos por uma mesma unidade de saúde municipal, o Pronto Atendimento. As irregularidades identificadas incluíam mesma data de emissão; mesma caligrafia; mas carimbos de médicos diferentes.

Os casos envolveram trabalhadores de uma mesma empresa e, segundo a Prefeitura, levantaram dúvidas sobre a autenticidade dos documentos apresentados. Diante disso, o Executivo iniciou uma investigação interna, verificando o atendimento aos pacientes nas unidades de saúde do município, checando o vínculo do médico com a rede municipal de saúde e confirmando a escala de plantão dos profissionais na data de emissão dos atestados.

A nota diz que a apuração interna apontou que os atestados eram cópias, não utilizavam talões oficiais fornecidos pelo município e foram supostamente assinados por profissionais que já não integravam os quadros da administração ou que nunca prestaram serviços nas unidades citadas. Com isso, a prefeitura comunicou os profissionais citados, orientando-os para registro de boletins de ocorrência; fez a comunicação oficial às empresas envolvidas e denunciou o caso a Polícia Civil.

“Diante do aumento nos registros de falsificação de atestados médicos, a partir de maio de 2025, a Prefeitura passou a solicitar que todas as empresas que identificarem documentos suspeitos formalizem seus pedidos de verificação por e-mail. Isso permite uma resposta oficial, documentada e célere quanto à autenticidade dos atestados apresentados. Reforçamos o nosso compromisso com a transparência, a responsabilidade administrativa e o combate a quaisquer práticas fraudulentas que comprometam a integridade dos serviços públicos e a relação de confiança com a população e os empregadores da cidade”, completou a nota do Executivo.

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