Dom Majella fala de encontros com Papa Francisco e legado do líder ‘sem fronteiras’
Arcebispo de Pouso Alegre lembra do cuidado de Papa Francisco com o mundo, marginalizados e das polêmicas que o pontífice enfrentou.
Nayara Andery / 23 abril 2025Arcebispo de Pouso Alegre lembra do cuidado de Papa Francisco com o mundo, marginalizados e das polêmicas que o pontífice enfrentou.
Nayara Andery / 23 abril 2025Confira a entrevista em que o arcebispo citou o legado do Papa e as mudanças na Igreja, polêmicas e temas delicados que eram tratados pelo pontífice.
“Estamos com o coração como de órfãos. É um sentimento de orfandade que a ausência do Papa Francisco nos dá. Para nós bispos, temos a sede de Roma que está vacante”, diz Dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo de Pouso Alegre. A morte do Papa é tema da entrevista do arcebispo ao Terra do Mandu.
Manifestações de carinho e falas sobre o legado marcam os dias após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Ele teve problemas de saúde nos últimos anos e recentemente, pneumonia. O pontificado durou 12 anos.
Dom Majella conheceu Papa Francisco, antes dele ser pontífice. O argentino Cardeal Jorge Bergoglio, já se despontava nas conferências da Igreja Católica com líderes da religião no mundo.
São vários encontros. Quando Dom Majella se tornou bispo, reencontrou o cardeal já no cargo de Papa. Isso ocorreu na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em 2013.
Ele também foi um dos últimos arcebispos a receber a insígnia do pálio, das mãos do próprio Papa. O rito foi modificado pelo Santo Padre. Audiências no Vaticano e até um momento informal entre o Papa e o clero, marcaram os momentos de comunhão do pontífice com a Arquidiocese de Pouso Alegre.
Francisco foi eleito Papa em um período de escândalos na Igreja Católica. Também foi em um situação rara, em que o então Papa Bento XVI, abdicou do cargo e ficou emérito. Os dois conviveram na mesma época.
Papa Francisco aboliu o sigilo em casos de abuso sexual na Igreja. Ele deu voz aos pobres, marginalizados, migrantes. Falou de homossexualidade e colocou mulheres religiosos em cargos de poder no Vaticano, em que antes eram ocupados só por homens.
O arcebispo explica que o papel do Papa jesuíta, levou verdadeiramente os valores de Jesus ao mundo e rompeu fronteiras. O pontífice também ampliou a participação dos leigos e convocou líderes mundiais e as pessoas a olharem para temas importantes e agirem.
Ele trouxe os sínodos da Juventude, da Amazônia e tantos outros, que chamara a atenção de todos para mudanças necessárias, como o cuidado com o planeta de uma forma ampla e urgente.
“Papa Francisco abriu ainda mais as portas da Igreja Católica a todos os povos, algo que levou durante seus 12 anos de pontificado”, relata Dom Majella.
O corpo do Papa passou por ritos de preparação e primeiramente, o velório entre cardeais. O velório fica aberto ao público entre esta quarta-feira (23/4) e sexta-feira (25/4), na Praça São Pedro. Cerca de 20 mil pessoas aguardavam a chegada do corpo, nesta quarta-feira.
A missa de Exéquias será no sábado. Ele será enterrado como pediu, com simplicidade e na Igreja de Santa Maria Maior. O luto é guardado por nove dias, de orações.
Dom Majella explica que 135 cardeais se reúnem depois do enterro, por nove dias. Eles ficam em oração pelo Santo Padre e para conhecer cada detalhe dos dicastérios, que compõem a Cúria Romana.
A eleição do novo Papa é o Conclave. Dentre esses cardeais, estão sete brasileiros que participam da votação. A data será comunicada pelo Vaticano.
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