Polícia

‘Crime foi encomendado e o assassino inventou a história’, diz amiga de médica executada

Amiga conversou com o Terra do Mandu e disse que assassino inventou a história para não entregar o verdadeiro culpado; veja depoimento dela

Iago Almeida / 09 abril 2025

Médica Paula Sandri Frantz, executada com seis tiros em Itajubá. Imagem redes sociais.

O caso da execução da médica Paula Sandri Frantz, em Itajubá, no Sul de Minas, continua sendo uma incógnita. Isso porque os assassinos disseram para a polícia que o crime estaria ligado a um possível golpe envolvendo a oftalmologista. Entretanto, uma amiga dela entrou em contato com o Terra do Mandu, contestando as informações dadas pelos suspeitos.

Assassinos citam golpe como motivação

Os acusados da morte foram detidos logo após o crime, próximo da cidade de Delfim Moreira. Seria um homem de 25 anos e um adolescente, de 16 anos. Eles seriam do Mato Grosso do Sul, mesmo estado onde a família da médica mora. Eles confessaram o homicídio e disseram que tudo estaria ligado a um possível golpe envolvendo a médica e seu pai.

Imagem redes sociais.

O maior de idade disse que ficou preso em 2022 com o pai da médica, no Presídio de Campo Grande e que juntos teriam tramado o golpe envolvendo um trator. Entretanto, em contato com a Agência Estadual de Administração do Sistema Prisional de Mato Grosso do Sul (AGEPEN) informou que não encontrou registro do pai da médica no sistema prisional estadual, como apontado pelo suspeito.

Ainda em nota, a AGEPEN confirmou que o homem preso em Delfim Moreira, nesta segunda-feira, cumpriu pena na Penitenciária Gameleira 2, em Campo Grande (MS). Ele saiu do presídio em julho de 2024. Na data, a justiça determinou que ele passasse para o regime de prisão domiciliar.

Sobre o golpe, o suspeito disse que envolveu o anúncio da venda de um trator em uma plataforma de vendas online, por R$ 700 mil. O trator teria sido vendido por R$ 300 mil e o pai da médica teria usado os dados dela na transação, na qual ele afirmou que ela sabia do fato.

No boletim de ocorrência do homicídio, o suspeito alega que a médica receberia 31% da venda, mas teria ficado com o valor total da venda do trator. Esse, segundo ele, foi o motivo para o assassinato dela.

Já o adolescente disse que receberia R$ 20 mil para matar a médica. Ele e o comparsa preso, contaram que chegaram a Itajubá na sexta-feira (04/04) para fazer a execução. Eles ficaram em um hotel e sabiam o horário do almoço dela, no dia do crime.

Os dois ficaram de tocaia, esperando ela se aproximar da caminhonete. O menor disse que a médica abriu a porta do carro, o comparsa dele aproximou o Peugeot da caminhonete e ele mesmo desceu do banco traseiro e atirou seis vezes na vítima. Eles fugiram em seguida.

Imagem redes sociais.

Amiga contesta informações dos assassinos

A médica trabalhava no Hospital de Clínicas de Itajubá, desde 2023. Ela voltava do almoço quando foi executada às 12h15, na Rua Miguel Mohallem, bairro Morro Chic. O sepultamento dela aconteceu às 15h30 desta terça-feira (08/04), no Cemitério Municipal de Itajubá.

Em contato com o Terra do Mandu, uma amiga da médica, que não quis ser identificada na matéria, citou que os assassinos teriam inventado a história do golpe, para não entregarem o verdadeiro culpado do crime. Ela disse que Paula era filha única de uma família cheia de amor, uma pessoa incrível e tinha uma ótima relação com seus pais.

“Paula era uma pessoa incrível, filha única de uma família cheia de amor. Paula era muito batalhadora, havia acabado de conquistar o título de oftalmologista, estava vivendo a melhor fase da sua carreira. Ótima médica, integra, de um coração bondoso demais. Uma amiga super presente, alto astral, de bem com a vida. Ela e os pais tinham uma relação ótima, sempre se deram muito bem. Era bonito de ver a amizade entre eles! Tinha uma união estável, uma relação sólida de 13 anos, linda de ver, com planos de casar e engravidar. Esperamos que o caso seja desvendado o quanto antes e que justiça seja feita. Não sabemos o real motivo, mas claramente o crime foi encomendado e o que passa pela nossa cabeça, foi que esse assassino inventou essa história para não entregar o verdadeiro culpado”, disse a mulher, em mensagem enviada ao Terra do Mandu.

Polícia Civil investiga o caso

Diligências da Polícia Civil de Itajubá buscam esclarecer o crime e a dinâmica dos fatos que levaram à execução da vítima e a motivação do crime. O procedimento é realizado sob sigilo, segundo nota da PCMG, pela natureza do caso e para preservar a investigação. Confira abaixo a nota completa da PCMG:

“A Polícia Civil de Minas Gerais informa que instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do homicídio que vitimou uma médica oftalmologista no município de Itajubá. Todas as diligências investigativas estão sendo adotadas, pela equipe da Delegacia Regional em Itajubá, com o objetivo de esclarecer os fatos, identificar os autores do crime, bem como compreender a motivação e a dinâmica dos acontecimentos que culminaram na morte da vítima. 

Em razão da natureza do caso e para preservar a eficácia das investigações, o procedimento corre sob sigilo, conforme previsto na legislação vigente. Ressaltamos que nenhuma das informações até o momento veiculadas na imprensa ou em redes sociais foi oficialmente repassada pela Poícia civil de Minas Gerais. As informações oficiais serão divulgadas exclusivamente por meio dos canais institucionais e assessoria de comunicação da PCMG, no tempo e forma adequados, sempre com o devido respeito aos familiares da vítima, que serão previamente informados acerca de qualquer desdobramento relevante”. 

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