Médica Paula Sandri Frantz, executada com seis tiros em Itajubá. Imagem redes sociais.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a execução da médica oftalmologista, Paula Sandri Frantz, em Itajubá, no Sul de Minas. Ela foi morta com seis tiros, ao entrar em uma caminhonete S10, nesta segunda-feira (08/04). Ela tinha 33 anos e família é do Mato Grosso do Sul.

Diligências da Polícia Civil de Itajubá buscam esclarecer o crime e a dinâmica dos fatos que levaram à execução da vítima, identificar os autores e a motivação do crime. O procedimento é realizado sob sigilo, pela natureza do caso e para preservar a investigação.

A médica trabalhava no Hospital de Clínicas de Itajubá, desde 2023. Ela voltava do almoço quando foi executada às 12h15, na Rua Miguel Mohallem, bairro Morro Chic. O velório é realizado na Funerária Semeador e o enterro será às 15h30 desta terça-feira (08/04), no Cemitério Municipal de Itajubá.

O crime e a prisão dos suspeitos

Imagens de câmeras de segurança e os relatos da testemunha sobre quem atirou na vítima, ajudaram a Polícia Militar a localizar o Peugeot 206. A PM descobriu que o carro ficou estacionado perto do carro da vítima, desde às 11h40.

Segundo o boletim de ocorrência, a médica abriu a porta da caminhonete dela e dois autores se aproximaram no Peugeot. Um deles desceu do carro e atirou. Eles fugiram em seguida.

O cerco bloqueio da PM encontrou o Peugeot na MG-350, em Delfim Moreira, na tarde do crime. De acordo com a PM, os autores confessaram que mataram a médica e estavam com uma pistola Taurus calibre 7,65mm, com um carregador.

A PM prendeu um homem, de 25 anos e apreendeu o adolescente, de 16 anos, que estavam no carro. Ambos vieram de Campo Grande, Mato Grosso do Sul (MS).

Suspeitos falaram da motivação do crime

O homem preso contou que a motivação da morte da médica foi um golpe na venda de um trator. Ele disse que ficou preso em 2022 com o pai da médica, no Presídio de Campo Grande e que juntos teriam tramado o golpe.

O golpe, segundo o suspeito do homicídio, envolveu o anúncio da venda de um trator em uma plataforma de vendas online, por R$ 700 mil. O trator teria sido vendido por R$ 300 mil e o pai da médica teria usado os dados dela na transação, na qual ele afirmou que ela sabia do fato.

No boletim de ocorrência do homicídio, o suspeito alega que a médica receberia 31% da venda, mas teria ficado com o valor total da venda do trator. Esse, segundo ele, foi o motivo para o assassinato dela.

O adolescente disse que receberia R$ 20 mil para matar a médica. Ele e o comparsa preso, contaram que chegaram a Itajubá na sexta-feira (04/04) para fazer a execução. Eles ficaram em um hotel e sabiam o horário do almoço dela, no dia do crime.

Os dois ficaram de tocaia, esperando ela se aproximar da caminhonete. O menor disse que a médica abriu a porta do carro, o comparsa dele aproximou o Peugeot da caminhonete e ele mesmo desceu do banco traseiro e atirou seis vezes na vítima. Eles fugiram.

A versão do menor sobre o homicídio e a fuga é a mesma dada pelo homem preso. De acordo com a ocorrência, ambos são apontados como suspeitos de autoria do crime. Eles foram levados pela PM para a Delegacia da Polícia Civil de Itajubá. O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o menor infrator.

Prisão anterior do suspeito

A reportagem entrou em contato com a Agência Estadual de Administração do Sistema Prisional de Mato Grosso do Sul. A AGEPEN confirmou que o homem preso em Delfim Moreira, nesta segunda-feira, cumpriu pena na Penitenciária Gameleira 2, em Campo Grande (MS).

Ele saiu do presídio em julho de 2024. Na data, a justiça determinou que ele passasse para o regime de prisão domiciliar. A AGEPEN não encontrou registro do pai da médica no sistema prisional estadual, como apontado pelo suspeito preso no boletim de ocorrência.