Preso por abuso de filhos e enteadas: Delegada diz que mãe sabia e vítimas foram retiradas dela

Homem começou abuso contra dois filhos e duas enteadas no Maranhão e fugiu para o Sul de Minas quando começou a ser investigado; VEJA REPORTAGEM

Iago Almeida / 12 março 2025

A investigação da Polícia Civil sobre o chocante crime de estupro em Pouso Alegre, no sul de Minas, começou em março de 2024, quando uma das vítimas, de 15 anos, relatou para sua patroa, que estava sofrendo abusos por parte de seu padrasto. Ela disse que os abusos começaram ainda em São Luiz, no Maranhão, onde a família morava.

Na época ela tinha 12 anos e ainda disse que seus irmãos mais novos também eram violentados (dois eram filhos dele e duas eram enteadas). A família se mudou para o Sul de Minas após o homem começar a ser investigado no Maranhão. A mãe chegou primeiro em Pouso Alegre, junto dele e os dois filhos mais novos. Depois, as adolescentes também foram para a cidade.

No sul de Minas, os abusos continuaram. No segundo semestre de 2024, uma das crianças, a menina de 7 anos, chegou a colar as partes íntimas para tentar evitar novos abusos. Quando chegou na escola, ela contou o que tinha feito e o Conselho Tutelar foi chamado. A polícia disse que a ação da menina foi um meio dela tentar fugir do padrasto.

Durante um ano, a polícia colheu depoimentos, provas, documentos, fotos e áudios. E no início de dezembro do ano passado, a prisão preventiva dos dois foi solicitada, tanto do pai/padrasto, quanto da mãe. A Justiça decretou apenas a prisão do homem, deixando a mãe em liberdade. Mas, ela continuará sendo investigada no caso e também poderá responder por crime de omissão.

Delegada e Investigadora da Polícia Civil de Minas Gerais conversaram com a imprensa neste dia 12 de março, para falar do caso / Foto: Magson Gomes – Terra do Mandu

As quatro crianças e adolescentes chegaram a ser recolhidas em 2024 pelo Conselho Tutelar, para um abrigo, mas acabaram retornando para casa. Os abusos continuaram e a justiça resolveu tirar as crianças da casa da mãe novamente, de forma definitiva.

O último abuso aconteceu em dezembro do ano passado, quando o homem pediu que a mãe levasse uma das adolescentes, de 14 anos, até onde ele estava morando. E a mãe levou a menina, que foi novamente violentada.

Para chegar até o acusado, a equipe investigativa foi até a mulher e falou que precisava conversar com o homem sobre o processo. Com o mandado de prisão em mãos, a polícia esteve no local de serviço dele e efetuou a prisão preventiva nesta segunda-feira, 10 de março, um ano após a abertura do inquérito.

Quando questionada sobre o que o autor relatou em depoimento, a equipe investigativa foi clara: “permaneceu em silêncio”, disse a Delegada Renata Brizzi e a investigadora Eliane Cunha. ASSISTA A REPORTAGEM!

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