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Espaço DivertidaMente atende bebês e crianças com autismo, TDAH e dificuldades de aprendizagem

A psicopedagoga Elaine Reis, especialista em desenvolvimento infantil, com mestrado e doutorado em ensino de línguas e letramento, criou em Pouso Alegre, Sul de Minas, o Espaço Divertidamente, onde atende bebês a partir dos quatro meses de idade.

No local são feitos atendimentos e avaliação de bebês e crianças para casos de autismo, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), atrasos ou dificuldades de aprendizagem. A família não precisa ter um diagnóstico ou de um laudo para ir até a clínica. A psicopedagoga ajuda nesse processo para fechar o diagnóstico, através de uma equipe multidisciplinar.

O objetivo da avaliação é saber se a criança está desenvolvendo e crescendo de acordo com a sua faixa etária cronológica. Se comprovado algum transtorno, o laudo é feito pelo neuropediatra. A partir disso, começam as intervenções necessárias para o desenvolvimento social e pedagógico da criança.

“Então, não necessariamente, precisa já do diagnóstico ou do laudo. Qualquer sinal de atraso na fala, na coordenação motora, no socioemocional, na forma de interagir, socializar, no processo de aprendizagem na escola, já é importante vir e fazer uma avaliação para entender porque essa criança está com essa dificuldade,” explica a psicopedagoga.

Elaine conta que a partir de quatro meses é possível perceber sinais de atraso. Se for uma suspeita de autismo, principalmente. O quanto antes é feita a avaliação, mais rápido vem diagnóstico e começam as estimulações necessárias.

“Porque quanto mais novinho o bebê e a criança, mais neurônios tem. A gente tem uma coisa muito importante no cérebro que se chama neuroplasticidade, que significa que o cérebro é mais plástico, ou seja, ele é mais moldável. Então, a gente tem que aproveitar essa oportunidade, que é a janela de oportunidades”.

Uma dificuldade não tratada vai acompanhar a criança até a vida adulta, na faculdade, na profissão, nos relacionamento.

“Por isso, é preciso ter o diagnóstico o quanto antes (5:26) para começar a intervir e mediar com estímulos. Para que a criança consiga ir se desenvolvendo, quebrando essas barreiras, que a dificuldade é uma barreira para desenvolver cada vez mais, para ter qualidade de vida, que esse é o ponto principal da nossa clínica. A gente preza muito isso, a qualidade de vida das crianças e das famílias e adolescentes juntamente”, diz a psicopedagoga.

A psicopedagoga Elaine Reis também faz atendimentos em São Paulo. Ela ainda atua em projetos nas áreas de deficiência e letramento na Universidade de Sâo Paulo (USP), na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e na Universidade de Ilinois (UIUIC), nos Estados Unidos.

Elaine também é professora da pós-graduação em Psicopedagogia na Universidade do Vale do Sapucaí, em Pouso Alegre. Ela também é palestrante nessa área de atuação.

O Espaço DivertidaMente fica à Rua Bueno Brandão, 805, bairro Santa Cruz, em Pouso Alegre. As famílias podem agendar visitar e atendimentos pelo WhatsApp 35 99841-7479

Depoimentos de mães

Amanda Pereira é mãe de Francisco, de 5 anos, que é atendido no Espaço Divertidamente. O alerta para buscar ajuda veio quando Amanda viu o filho brincando sozinho numa festa de aniversário da irmãzinha dele, onde estava cheio de outras crianças. Ela conta que a família chegou a pensar que o Francisco fosse surdo porque chamava e ele não atendia.

O diagnóstico de autismo saiu quando Francisco estava com 1 ano e meio. Ele passou pela neuropediatra, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga, até ser encaminhado para a psicopedagoga Elaine Reis.

“Hoje ele é outra pessoa. Agora ele já conversa, já olha, já sabe a hora de esperar. Aqui na tia Elaine ele começou a entender quem é ele; passou a ter autonomia de vestir um sapato; já ajudou bastante nessas atividades diárias, porque ele não tinha noção nenhuma”.

Amanda confirma que ao buscar ajuda, quem ganha no primeiro momento é a própria família, que passa a ter mais qualidade de vida. “A gente aprende a entrar no mundo deles, saber o que que eles estão precisando, as necessidades e dificuldades”.

Viviane Meyer percebeu no filho Davi, ainda bebê, algo diferente e procurou ajuda. Mas demorou um pouco até chegar até a Clínica Divertidamente. Antes, Viviane diz que ouviu respostas de que era muito cedo para avaliar. O diagnóstico para autismo veio quando Davi já estava com dois anos.

“Você pega aquele diagnóstico, aí ele é autista, mas e aí? O que eu faço? O que é ser autista? Então, a gente não sabe o que fazer. Aí foi quando a neuropediatra indicou a Elaine para fazer uma avaliação mais precisa, uma avaliação mais criteriosa a respeito disso”, diz Viviane.

“Aqui ela fez essa avaliação mais criteriosa, que mostrou os marcos de desenvolvimento dele, explicou para nós o que era o autismo, o que a gente podia ajudar”, completa.

A partir disso, segundo Viviane, a rotina da família mudou. “A gente aprendeu a adaptar a esse autismo dele, adaptar a nossa rotina para o tratamento dele”.

A mãe do Davi ainda lembra que a psicopedagoga também acompanha a escola das crianças, conversando com professoras para oferecer apoio. Confira os depoimentos no vídeo acima.