Uma idosa, de 71 anos, foi internada com suspeita de Meningoencefalite Viral (meningite viral), em Pouso Alegre. Informações enviadas ao Terra do Mandu é que a idosa teria buscado atendimento por três vezes, no Hospital das Clínicas Samuel Libânio.
A prefeitura respondeu que o caso está sob investigação de suspeita da doença. A Meningoencefalite é a infecção do sistema nervoso central, com inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
Segundo resposta da prefeitura, a “idosa foi admitida no HCSL após apresentar sintomas como cefaleia, vômito, fraqueza global e rebaixamento do nível de consciência, iniciados há alguns dias”.
A nota cita que ela “recebeu atendimento médico no dia 26, quando foi levantada a hipótese de meningoencefalite viral. O caso segue em investigação, aguardando o resultado dos exames para confirmação. A equipe médica do HCSL acompanha de perto a situação, adotando todas as medidas necessárias para garantir o melhor atendimento”.
A data do resultado dos exames não foi informada. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), meningite é uma doença grave e em caso de sintomas e suspeita, é preciso procurar atendimento médico com urgência.
Gravidade e sintomas da meningite
O Ministério da Saúde alerta que devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite sempre são internados em hospitais. A meningite pode ser viral ou bacteriana, que é mais grave, por parasita ou por fungo.
A doença é mais comum em crianças de até cinco anos. Mesmo assim, ela pode ocorrer em qualquer faixa etária. No Brasil, as meningites bacterianas são mais comuns no outono-inverno e as virais, no período primavera-verão.
Os sintomas da meningite bacteriana geralmente são febre, dor de cabeça e rigidez de nuca. O paciente pode ter mal-estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), confusão mental. Os sintomas mais graves que aparecem com o decorrer do tempo são convulsões, delírio, tremores e o paciente pode entrar em coma.
Bebês e recém-nascidos podem ter sintomas inexistentes ou imperceptíveis. Eles podem ter irritação, vômito, dificuldade para alimentar, reflexos anormais, fontanela (moleira) saliente, letargia ou não responder a estímulos.
Os sintomas iniciais da meningite viral são: febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, náusea, vomito, falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar do sono, letargia, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz). O caso dos bebês, tem semelhança com os sintomas de meningite bacteriana para essa faixa etária.
Nas meningites virais, na maioria dos casos, o MS detalha que os pacientes “são internado e monitorado quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente. Porém alguns vírus como herpesvírus pode vir a provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico”.
Pacientes com meningite têm diferentes respostas ao tratamento, o que depende da imunidade. Quem tem HIV/AIDS, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras recebe tratamentos com maior rigor, cita o MS.
Prevenção
A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. A maioria dos casos de meningite podem ser prevenidos por vacinas, ou caso a pessoa tenha contato com paciente com suspeita da doença, é feito o tratamento por quimioprofilaxia, com uso de antibióticos.
Vacinas previnem as principais causas de meningite bacteriana. O Ministério da Saúde distribui vacinas pelo SUS, para serem aplicadas em crianças, pelo Programa Nacional de Imunização. Confira as vacinas existentes:
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Meningocócica C: contra doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. É aplicada em duas doses mais reforço. A primeira é em bebês entre 3 e 5 meses, a segunda depois de 60 dias e o reforço com um ano de idade.
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Pneumocócica 10-valente: protege das doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. A vacina é em 2 meses a 4 meses de vida, com reforço ao completar um ano de idade.
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Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Ela é aplicada em bebês aos 2, 4 e 6 meses.
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Meningocócica C: protege contra meningite causada pelo sorogrupo C. Aplicada em duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade e um reforço quando o bebê tiver um ano.
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Meningocócica ACWY (quadrivalente): protege contra meningite causada pelos sorogrupos A,C,W e Y. Deve ser aplicada em adolescentes de 11 a 14 anos, com dose única ou reforço, de acordo com a situação vacinal encontrada.