Em uma nota divulgada ao Terra do Mandu nesta terça-feira (28/1), a Associação Beneficente de Monte Verde (ABMV), no distrito de Camanducaia/MG, explicou como foi o atendimento ao jovem que morreu picado por uma cobra na noite de domingo (26/1).
Ian Ferro Iacopucci, de 29 anos, morava em uma casa no km 7 da Rodovia Deputado Agostinho Patrus Filho, que liga Monte Verde a Camanducaia. Ele foi picado na perna esquerda, perto do tornozelo, segundo a Polícia Militar.
De acordo com a polícia, Ian chegou a ligar para a emergência no momento em que foi picado. A ABMV confirmou que a ligação do jovem foi registrada às 15h26, quando ele solicitou resgate. O atendimento, inclusive, foi o primeiro a chegar na casa do rapaz.
“A ambulância foi acionada imediatamente, saindo da ABMV às 15h31 em direção ao local informado. Ao chegar ao endereço, o portão eletrônico da casa estava fechado. Um vizinho, já ciente da emergência, pulou o muro e abriu o portão para que a ambulância pudesse acessar o local”, disse a Associação.
Na residência, a técnica de enfermagem encontrou o paciente caído no chão do banheiro, já sem sinais vitais. Imediatamente, foi iniciado o protocolo de reanimação cardiopulmonar (RCP), com a realização de três ciclos de massagem cardíaca.
Ainda de acordo com a nota, às 15h49, a técnica de enfermagem entrou em contato com a enfermeira responsável pelo plantão para relatar o ocorrido e solicitou a presença da Polícia Militar, que chegou logo após o término dos procedimentos de RCP.
“Às 16h10, após os procedimentos necessários e as devidas orientações, a equipe da ambulância retornou à ABMV. Nos solidarizamos com a dor dos familiares e amigos do paciente neste momento difícil. Reiteramos nosso compromisso com a verdade e a transparência, destacando que todas as ações realizadas seguiram os protocolos de emergência vigentes”, encerrou a nota.
A Coordenadora de Enfermagem da ABMV, Enf. Isadora Nunes, disse que o local de referência mais próximo, para a picada da jararaca, que foi o caso, é o Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre. A cidade fica há cerca de 100 km do local onde o jovem foi picado.
“Alguns soros são encontrados em Cambuí/MG também, no Ana Moreira Sales. O índice desses acidentes aqui é muito baixo. E esse óbito tão rápido foi extremamente chocante para todos aqui”, citou a coordenadora.
Polícia Civil diz que aguarda laudo
O Terra do Mandu entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerias (PCMG) para saber o resultado dos exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML). Em nota, a PCMG disse que aguarda o laudo necroscópico para confirmar a causa da morte.
Entretanto, a EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo, publicou a informação que a causa da morte foi confirmada como sendo por picada de cobra. A informação, segundo a emissora, foi confirmada a eles pelo IML.
“A autoridade policial aguarda o laudo necroscópico para confirmar a causa da morte. Caso confirme a morte por picada de cobra, não há investigação por se tratar de fato atípico”, disse a PCMG ao Terra do Mandu, por volta de 16h desta terça-feira (28/1).
Orientações do Instituto Butantã
Após um acidente ofídico, o paciente deve ser tranquilizado e removido para o hospital ou centro de saúde mais próximo. Na medida do possível, deve-se evitar que a pessoa ande ou corra, ela deve ficar deitada com o membro picado elevado.
Não se deve fazer o uso de torniquetes (garrotes), incisões ou passar substâncias (folhas, pó de café, couro da cobra etc.) no local da picada. Essas medidas interferem negativamente, aumentando a chance de complicações como infecções, necrose e amputação de um membro.
O único tratamento eficaz para o envenenamento por serpente é o tratamento com o soro antiofídico, que é específico para cada tipo (gênero) de serpente. Não há resposta exata sobre o tempo ideal para atendimento após acidente com animal peçonhento, o que recomenda-se é um tratamento o mais precoce possível.
Os sintomas após a inoculação do veneno podem começar s aparecer cerca de 30 min após o acidente. Entretanto, tudo isso pode variar de acordo com o histórico patológico da vítima, se existem doenças prévias, uso e abuso de substâncias, etc.