Operação investiga venda de diplomas e carteirinhas falsas no Sul de MG
Quatro mandados de prisão foram cumpridos em São Lourenço, contra uma escola online que é suspeita de fazer venda de documentos falsos
Iago Almeida / 23 janeiro 2025Quatro mandados de prisão foram cumpridos em São Lourenço, contra uma escola online que é suspeita de fazer venda de documentos falsos
Iago Almeida / 23 janeiro 2025O Ministério Público e a Polícia Militar deflagraram uma operação com o objetivo de combater a venda de diplomas e carteiras falsas de estudantes no Sul de Minas Gerais. Chamada de “Escola de Papel”, a ação aconteceu na terça-feira (21/1).
A operação foi articulada pelo Ministério Público de Goiás após denúncias informarem que funcionários públicos daquele Estado estariam se promovendo de forma irregular, em seus cargos, mediante a apresentação de diplomas falsificados. Estes certificados estariam sendo fornecidos por uma escola de cursos online de São Lourenço.
Segundo o GAECO, a investigação iniciou a partir de fatos ocorridos na cidade de Perolândia, em Goiás, em que vários servidores públicos apresentaram diplomas visando o recebimento de gratificação de 30% de incentivo profissional por aperfeiçoamento ou capacitação.
No entanto, todos os diplomas, que eram de várias áreas, pertenciam a uma mesma instituição, que está localizada a mais de 1.000 km de distância da cidade. Isso levantou suspeitas. Com isso, a operação descobriu a organização criminosa cibernética responsável pela venda de diplomas e carteiras de estudantes.
A venda era feita por meio de dois sites, para milhares de pessoas em todo país, incluindo diplomas em áreas sensíveis relacionadas à medicina. E quem escolhia a carga horária a ser mencionada nos certificados, eram os próprios compradores.
Com o apoio de militares do 57º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e região, além de representantes do Ministério Público de Minas Gerias (MPMG), foram cumpridos quatro mandados de prisão e oito mandados de busca em São Lourenço.
Durante a ação, foram apreendidos aparelhos celulares, joias, relógios, documentos, aparelhos celulares, computadores, uma impressora de carteira de estudante, além de diplomas em branco. Os materiais apreendidos foram encaminhados ao Ministério Publico de São Lourenço.
Foi ainda determinado o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis dos investigados no montante de R$ 17.356.902,02 a cada um dos representados. Os envolvidos presos foram levados para a Delegacia de Polícia Civil.
Na investigação, foram empregadas diversas técnicas, algumas inéditas, como, por exemplo, a interceptação telemática e a infiltração virtual, realizada pela primeira vez em investigações do MP.
Nesta operação, houve ainda a determinação de medidas judiciais atípicas, como a coleta automatizada de dados, com o uso de softwares para coletar documentos falsos existentes em ambientes virtuais, em uma espécie de busca e apreensão virtual por meio de dados obtidos em interceptação telemática.
Também foi determinada a desindexação das instituições em buscador da internet, derrubada de patrocínios, suspensão de perfis de redes sociais e takedown (derrubada) de seis sites ligados ao grupo.
As investigações continuam pelo CyberGaeco do MPGO, com previsão de oferecimento de denúncia em breve, após a análise do material apreendido. A operação contou com a participação de 49 agentes, entre promotoras e promotores de Justiça, servidores públicos e policiais militares dos dois estados.
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