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Após retirada de tumor no cérebro, técnica de enfermagem luta para se recuperar e cuidar do filho

Amanda Gusmão depende de ajuda para se recuperar e sonha poder cuidar do filho de um ano.

A história de Amanda Cristina Gusmão de Souza, de 32 anos, é a de uma mãe que um mês após o parto não teve a oportunidade de cuidar do seu bebê, devido ao câncer. Ela foi diagnosticada com tumor cerebral quando o filho Davi Lucas de Souza Vasconcelos tinha apenas um mês.

Ela teria 10% de chance de sobreviver e juntou forças para viver, da vontade de ver o filho crescer. A cirurgia de urgência foi realizada quatro dias após o diagnóstico. O tumor de 5 cm deixou sequelas graves e mudou completamente a vida da técnica de enfermagem, de Pouso Alegre.

A mãe recente conseguir ter o filho nos braços só antes da cirurgia. O bebê passou a ser cuidado pela família do pai. A vida profissional também parou. Ela cuidou de muitos pacientes e trabalha no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, onde foi operada.

A recuperação está sendo difícil. Ela ficou internada em UTI, foi entubada e desentubada, fez radioterapia, traqueostomia, usou aparelhos para respirar, ficou acamada e ainda depende de sonda gástrica para se alimentar.

O tratamento e atendimentos custam cerca de R$ 9 mil por mês e a família não tem condições de pagar. Amanda ficou acamada por meses e agora usa cadeira de rodas. A mãe Silvia Gusmão, as filhas e uma cuidadora a ajudam 24 horas por dia. “Minha mãe cuida dela e toda noite, uma de nós irmãs revezamos”, conta a irmã Fabiana Gusmão.

A Casa de São Rafael ajuda com alimentos, suplementos, fraldas, apoios e sediou um bingo. Com ele a família arrecadou dinheiro para custear fisioterapeuta, psicólogo e fonoaudiólogo específicos para o quadro de Amanda. Fabiana conta que Amanda não conseguiu atendimento pelo SUS para as sequelas oncológicas que teve.

O dinheiro acabou e ela teme interromper o tratamento. Por isso a família pede ajuda por meio de vaquinha e doações para o PIX chave amandacristina071092@gmail.com.

“Preciso de tratamento, tenho que voltar a andar, estou cadeirante e sem meu filho. Preciso correr atrás de tudo e poder ter ele, pois nem pegar ele eu consigo. Eu tratando e recuperando eu vou conseguir é o que eu mais quero.”

A Secretaria Municipal de Saúde disse que acompanha o caso de Amanda, que já recebeu alta do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do Centro Municipal de Oncologia. Na época, médicos recomendaram que ela buscasse atendimentos na atenção primária de saúde e emitiram laudo que indica sessões de fonoaudiologia e fisioterapia.

Amanda e a família explicam que o posto de saúde do bairro oferece atendimento com estudantes de psicologia. “E não tem fonoaudiólogos pelo SUS, especializado em problemas para se alimentar que ela teve da paralisia facial”, cita Fabiana. Ela fala que a irmã passa por fisioterapia, mas são poucas sessões para o caso de Amanda.

A prefeitura afirma que “o caso está sendo avaliado por profissionais”. Uma reunião entre a Secretaria de Saúde e a família de Amanda deve ser realizada na próxima semana “com o intuito de discutir a possibilidade de preenchimento dos critérios para paliatividade, em virtude das lesões identificadas em exames recentes”.

Enquanto Amanda enfrenta a falta do atendimento na rede pública, ela continua a pedir ajuda. “Preciso de atenção 24 horas. Minhas irmãs têm a vida delas, minha mãe tem a vida dela e todas pararam para me ajudar. Preciso da ajuda da comunidade para me ajudar com os profissionais, pois se eu parar com os profissionais não evoluo.”